Estudantes secundaristas garantiram, nesta sexta-feira, que o movimento de ocupação das escolas estaduais seguirá mobilizado. Essa é uma resposta à Secretaria Estadual da Educação (Seduc), que no dia anterior divulgou uma segunda proposta para desocupação dos prédios e deu por encerradas as negociações, solicitando a retomada das aulas na próxima segunda-feira.
– Para responder ao governo, que não quis manter o diálogo conosco, a gente não vai desocupar nenhuma escola do Rio Grande do Sul. A gente vai ocupar mais se tiver de ocupar, para mostrar que a gente desocupa só quando garantir as nossas pautas – diz Ana Paula Santos, 18 anos, do Colégio Estadual Protásio Alves.
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Os alunos redigiram uma nota, na qual reconhecem como avanço a aceitação, por parte do governo do Estado, da proposta para que se crie uma comissão de acompanhamento das obras emergenciais de infraestrutura. Consideram, no entanto, insuficiente o repasse de R$ 40 milhões e a apresentação de um cronograma apenas no final do mês.
Em relação à merenda escolar, a nota ressalta que a proposta de fiscalização é bem-vinda e "será reforçada permanentemente pela comunidade escolar". O movimento se propõe, ainda, a fazer uma força-tarefa para elencar as principais demandas de nomeação e contratação de professores (na quinta-feira, o governo se propôs a "encaminhar de imediato a nomeação ou contratação" de professores para suprir as vagas em aberto identificadas pelas Coordenadorias Regionais da Educação por meio de solicitações das equipes diretivas dos colégios).
Quanto ao PL 44/2016 (interpretada pelos críticos como uma tentativa do Piratini de privatizar o ensino e outros serviços públicos) e do PL 190/2015 ("Programa Escola Sem Partido"), a manifestação do governo foi considerada "evasiva" e que "não contempla a comunidade estudantil". O movimento quer "um posicionamento público do Executivo contrário à censura prévia de estudantes e profissionais da educação pretendida pelo PL 190/15", do deputado estadual Marcel van Hattem (PP), e "retirada imediata do PL 44/16", elaborado pelo governo.