Mais do que um companheiro de confraternizações, parceiro da lida campeira e da vida na cidade, o chimarrão carrega uma lista de benefícios. Com propriedades que estimulam o corpo e a mente, a bebida feita a partir da erva-mate é apontada como benéfica em diversos sentidos.
Contando com propriedades digestivas e diuréticas, a bebida típica dos gaúchos já foi apontada como auxiliar na perda de peso e estimulante para praticantes de atividade física. Mas também é boa aliada para quem precisa se concentrar em outro tipo de exercícios.
- Ele é capaz de tirar aquela fadiga ou preguiça mental e auxiliar tanto física quanto psicologicamente - garante a nutricionista Geórgia Bachi.
Especialistas dão dicas para tornar a aprendizagem mais prazerosa
O consumo pode ser contraindicado em casos de hipertensão e nervosismo, por exemplo. E apesar de aquela espuminha que surge quando se coloca água quente ser benéfica - por conter as chamadas saponinas, com efeito anti-inflamatório -, a temperatura muito alta do líquido é associada a problemas de saúde, inclusive o câncer.
- Consumir o chimarrão com água muito quente traz risco de câncer de boca e danos à orofaringe, esôfago e laringe. O ideal é a bebida não passar dos 80ºC. Mais do que isso, melhor esperar esfriar para consumir, até porque não é preciso tomar nada "pelando" - explica Edna Suyenaga, doutora em Ciências Farmacêuticas e professora da Unisinos.
Confira dicas para saborear o amargo sem problemas:
Apesar de seu efeito diurético, que auxilia o corpo na eliminação de líquidos, a bebida não hidrata o corpo - ao contrário do que muitos pensam - e não deve substituir a água pura. Portanto, lembre-se de consumir água ao longo do dia.
Em geral, não há uma quantidade máxima indicada para sorver a bebida, e chás diuréticos como a erva-mate podem ser utilizados em doses altas sem problemas. O excesso de líquidos deverá ser eliminado pela urina.
Chimarrão favorece as amizades e faz bem para a saúde
Três prós
1) Combate a fadiga
O chimarrão conta com alcaloides - entre eles, a cafeína - que ajudam a combater o cansaço físico e mental. É um bom aliado para tirar aquela "bobeira" do início da manhã ou após as refeições, auxiliando na concentração. E com uma vantagem: a disposição é contida, não chegando a despertar o desejo de correr uma maratona quando o que se precisa fazer é estudar.
2) Ajuda a diminuir o estresse
A erva-mate tem compostos fenólicos e antioxidantes, que levam à formação de radicais livres - auxiliares no combate ao estresse. Quando as provas estão se aproximando e o prazo para a entrega de trabalhos se aproxima do fim, tomar um mate pode ser uma boa maneira de relaxar, deixar as distrações de lado e se focar nos estudos.
3) Funciona como estimulante
Além do grande valor nutricional - com vitaminas dos complexos A, B, C, E e sais minerais -, o chimarrão aquece e garante energia para o aluno. E faz isso de um jeito mais saudável que os energéticos, que têm concentrações elevadas de cafeína e/ou taurina, além de elevada quantidade de açúcar.
Três contras
1) Tem cafeína
Uma das principais características da erva-mate, a presença de cafeína pode ser vista como um pró ou um contra. Se tomar um chimarrão para começar bem o dia tem seus benefícios, ingerir a bebida continuamente à noite, por exemplo, pode dificultar o sono. Pense assim: se um café não cairia bem, talvez o melhor seja deixar o mate de lado também.
2) Efeito diurético
Por ser diurético, o chimarrão pode causar necessidade frequente de urinar. Aqueles que apresentam incontinência urinária devem tomar especial atenção - afinal, ter de ir e voltar do banheiro a toda hora pode distrair. Por outro lado, pessoas com retenção de líquidos, quando bem hidratadas, podem se beneficiar da bebida.
3) Contraindicado para os ansiosos
Ansiedade, insônia, nervosismo. Soa familiar? Então, consuma chimarrão com moderação. Quem tem hipertensão e gastrite deve evitá-lo. Ingerir grande quantidade da bebida pode não ser recomendado para pessoas hiperativas ou com dificuldade de concentração.
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* Fontes: Geórgia Bachi, nutricionista, Edna Suyenaga, doutora em Ciências Farmacêuticas, e Rejane Giacomelli Tavares, doutora em Ciências Biológicas (Bioquímica).