Conhecido pelo foco na interpretação de texto e na aplicação prática do que é estudado em sala de aula, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) também se caracteriza por uma grande variedade de temas em suas 180 questões. O número, sozinho, já impressiona, mas esse leque de opções aumenta também por conta da interdisciplinaridade - que pode exigir, em uma mesma pergunta, conhecimentos de diferentes disciplinas.
Mas alguns assuntos têm sido cobrados com mais frequência desde que o exame assumiu seu novo formato, em 2009, e podem servir como guia de estudos. O Enem costuma favorecer temáticas sociais, fazer relações com acontecimentos atuais e abordar a realidade brasileira. Essas características aparecem, inclusive, em questões que envolvem cálculos - nas provas de Matemática e Ciências da Natureza.
Disponíveis no edital do Enem, as matrizes de cada uma das provas são a melhor referência para quem quer entender o que os avaliadores esperam de quem disputa vagas no Ensino Superior.
- O Enem mostra preferência por alguns conteúdos, mas cobra principalmente que o aluno consiga utilizar seu saber como ferramenta para desenvolver habilidades e competências - analisa Paulinho Espíndola, professor de biologia no Universitário.
Entre as competências para conseguir uma boa nota estão dominar a língua portuguesa, compreender fenômenos naturais e contextos históricos e enfrentar situações-problema. As perguntas exigem aplicação prática do conhecimento. Professores destacaram temas que não podem ficar de lado. Isso não significa que estarão na edição deste ano, mas são fortes tendências do exame.
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Terremoto, vulcão e supersafra
Fique ligado no que rola pelo mundo. Professores apontam que relacionar notícias aos conteúdos escolares é uma boa prática para os candidatos que querem fazer uma boa pontuação na prova. Em um ano de poucos grandes eventos - como foram a Copa do Mundo e as eleições no ano passado - e limitadas efemérides, esse "ir além da manchete" pode ser um grande exercício.
- É difícil alguma prova do Enem perguntar especificamente sobre um acontecimento. Mais provável é cobrar do aluno o conteúdo que está por trás da notícia - diz Alexandre Rosa, professor de geografia no Anglo.
Neste ano, Rosa destaca que a supersafra de grãos pode motivar questões em Ciências Humanas, versando desde agricultura até investimentos em transporte, ou ainda perguntas em matemática sobre porcentagem, por exemplo. Outro exemplo é o recente terremoto no Nepal: é improvável que seja exigido do aluno entender exatamente o que aconteceu, mas o fato pode motivar perguntas sobre a movimentação das placas tectônicas, por exemplo.
As cinzas do vulcão chileno Calbuco - que chegaram a cobrir parte do Rio Grande do Sul em abril - são outra aposta e podem ser cobradas dentro dos conteúdos de química. A poluição, outro tema frequente, também instiga perguntas. E essas dúvidas podem ser exercitadas pelo próprio estudante: quais os principais gases de efeito estufa? O que ao seu redor pode aumentar a quantidade de CO2 na atmosfera? Como evitar isso? A curiosidade, quando combinada com estudo, é uma grande aliada no Enem.