A endogamia (o acasalamento de indivíduos geneticamente próximos) é geralmente considerada perigosa, mas a prática ajudou na sobrevivência de gorilas da montanha em risco de extinção na África Central ao reduzir mutações genéticas nocivas, informaram pesquisadores.
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A destruição do hábitat e a caça reduziram severamente a população de gorilas nas montanhas de Ruanda, Uganda e República Democrática do Congo. Em 1981, restavam apenas 253 exemplares da espécie.
- Os gorilas das montanhas estão entre os primatas mais intensamente estudados na selva, mas esta é a primeira análise de todo o genoma feita em profundidade - explicou Chris Tyler-Smith, membro do Wellcome Trust Sanger Institute e co-autor do estudo, publicado na revista Science.
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- Três anos depois do sensoriamento do genoma de referência do gorila, agora podemos comparar os genomas de todas as populações de gorilas, incluindo o gorila da montanha em risco de extinção, e começar a entender suas semelhanças e diferenças, bem como o impacto genético da endogamia - acrescentou.
Os esforços de conservação ajudaram na recuperação da população, que conta com cerca de 480 indivíduos hoje em dia.
Ao estudar amostras de sangue de gorilas, os pesquisadores descobriram que os gorilas da montanha e seus vizinhos, os gorilas das planícies orientais, "eram duas a três vezes menos geneticamente diversos do que os gorilas de grupos maiores nas regiões ocidentais da África central".
Apesar destes desafios, os pesquisadores descobriram menos mutações genéticas potencialmente nocivas nos gorilas da montanha do que em outros tipos.
- Embora os níveis comparáveis de endogamia tenham contribuído para a extinção de nossos parentes neandertais, os gorilas da montanha podem ser mais resistentes - afirmou Yali Xue, do Instituto Sanger.
- Não há nenhuma razão para que eles não possam prosperar durante milhares de anos por vir - garantiu o co-autor.
*AFP