Devido à catástrofe climática que atingiu o Estado, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) deve iniciar 2025 com atividades do calendário acadêmico de 2024, projetou o reitor Carlos Bulhões. As aulas, suspensas no dia 6 de maio, seguem paralisadas pelo menos até o dia 15 de junho.
Em entrevista ao Gaúcha+ desta sexta-feira (31), Bulhões revelou que a água atingiu a altura de 1m20cm no interior do prédio da Escola de Administração, no centro de Porto Alegre, e causou perdas na biblioteca, em salas de aula e na rede elétrica.
Conforme o reitor, a UFRGS conta com um único calendário acadêmico que rege as atividades de todas as suas 29 faculdades – o que impede a instituição de retomar as atividades nos campi que não foram afetados. Outro motivo para não retomar as atividades no momento, mesmo que com aulas online, é a compreensão com alunos e servidores que foram afetados diretamente pelas enchentes.
— Ainda temos 400 pessoas (abrigadas na Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança). Me parece inumano, eu não vou fazer isso, tá? Enxotar as pessoas dali, eu não vou fazer isso. A minha preocupação é o seguinte, são 29 faculdades. A gente não pode abrir um calendário acadêmico para uma faculdade ou para outra, ter uma assimetria de faculdades, tá? Não pode. Só tem o calendário acadêmico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o único — afirmou Bulhões, que na sequência comentou sobre a possibilidade de adotar aulas remotas.
Segundo ele, a dificuldade neste casa está nas condições das pessoas:
— Qual foi o dilema? Os professores, os servidores, os alunos terceirizados, quem trabalha, o cozinheiro que trabalha lá no RU, tiveram problemas com a enchente, tiveram as casas destruídas. (...) Não adianta cobrar a aula e metade da turma ser reprovada — explicou.
Uma das medidas que a UFRGS estuda para minimizar os impactos no calendário acadêmico é diminuir o período de férias.
Prevista no calendário deste ano, a eleição para reitor e vice segue mantida no momento. O Conselho Universitário (Consun) deve realizar uma pesquisa informal para definir os termos de paridade.