O sindicato que representa os técnicos-administrativos em educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) realizou, nesta quarta-feira (13), o primeiro encontro após a deflagração da greve da categoria, dois dias antes. A paralisação, prevista para a partir de segunda-feira (18) foi reafirmada, mas as aulas estão mantidas.
O Sindicato dos Técnico-Administrativos em Educação da UFRGS, UFCSPA e IFRS (Assufrgs) explica, por meio da assessoria, que a greve não envolve professores, apenas técnicos-administrativos. Por isso, o movimento atingirá setores como bibliotecas, secretaria e laboratórios das universidades, e não o ensino especificamente. Interferências em sala de aula ocorrerão de forma pontual, como atividades que ocorreriam em laboratório, por exemplo.
Por meio de sua assessoria, a UFCSPA afirmou que "os impactos da paralisação poderão ser avaliados nos próximos dias". Em nota, o IFRS informou que "ainda não há um prognóstico sobre os impactos" nas aulas e demais atividades. A instituição afirmou também que considera as reivindicações dos servidores "legítimas" (veja as notas na íntegra abaixo). A UFGRS ainda não retornou aos questionamentos da reportagem.
Segundo a Assufrgs, a reunião desta quarta definiu questões jurídicas e de organização interna do sindicato durante o período de paralisação. A pauta do movimento é a reestruturação da carreira dos servidores das universidades e institutos federais e a reposição salarial. Segundo a Assufrgs, a categoria precisaria de 31% de reajuste para repor a inflação de setembro de 2016 a dezembro de 2023.
Os servidores da UFRGS pedem, ainda, a destituição da atual reitoria, comandada por Carlos André Bulhões Mendes.
A Associação dos Pós-Graduandos da UFRGS (APG) publicou, nesta quarta-feira, uma nota em apoio à paralisação explicando que “sem investimento nos profissionais e na instituição, não é possível termos educação e ciência de qualidade”.
Como será a paralisação no Interior
Universidades públicas do interior do Estado também se preparam para a paralisação de servidores do quadro técnico-administrativo. Na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a decisão da categoria foi pela paralisação a partir de segunda-feira (18). Sobre o impacto que a greve pode gerar aos alunos, a reitora Isabela Fernandes Andrade afirmou, por meio de sua assessoria, que "é notório que deve afetar de alguma forma as atividades". Também afirmou que a reitoria entende como "legítimo" o movimento.
A greve dos servidores da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) foi aprovada no dia 11 de março. De acordo com a universidade, há procedimentos administrativos que já sofrem intercorrências, o que afeta os estudantes, mas "sem impacto sobre o andamento das aulas." A instituição informou, por meio de sua assessoria, que a reitoria "negocia e discute com o comando de greve as essencialidades para o período" de paralisação.
Já na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a paralisação começou nesta quinta-feira (14). A UFSM informou, por meio de sua assessoria, que a reitoria ainda está analisando os impactos da greve, mas as bibliotecas da instituição já estão com seu funcionamento alterado. A universidade divulgou circular com orientações à comunidade acadêmica.
O que dizem as universidades
UFCSPA
A Assufrgs ainda não passou à universidade dados concretos sobre a adesão à greve entre os servidores da UFCSPA. Os impactos da paralisação poderão ser avaliados nos próximos dias, conforme a participação dos servidores. É importante lembrar que essa greve é relativa apenas aos servidores técnico-administrativos. Os professores não estão em greve.
IFRS
De acordo com o pró-reitor de Desenvolvimento Institucional do IFRS, professor Lucas Coradini, a gestão do IFRS considera as reivindicações dos servidores absolutamente legítimas, tendo em vista as perdas salariais acumuladas nos últimos anos. Há falta de profissionais no quadro da instituição, sobretudo técnicos administrativos, o que enseja também novos concursos. A reestruturação da carreira se mostra necessária para que volte a ser atrativa àqueles que almejam ingressar no serviço público. Investir na educação é imprescindível, e isso passa pela valorização dos seus servidores. Em relação às aulas ou demais atividades do IFRS, ainda não há um prognóstico sobre os impactos e nem adoção de medidas, no atual momento, pois não há o dimensionamento da adesão dos servidores à greve. O IFRS possui 18 unidades no Estado - 17 campi e a Reitoria - com servidores representados por entidades sindicais distintas.
UFRGS
Contatada por GZH, a assessoria da universidade não retornou até a publicação desta reportagem.