O Rio Grande do Sul registrou a maior taxa de vagas ociosas do Brasil na edição de 2024 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Das 15.499 posições disponíveis em instituições públicas gaúchas, 12.322 (79,5%) foram preenchidas. O índice do Estado, de 20,5% de ociosidade, é superior ao nacional, que ficou em 9,2%.
Apesar de não terem sido ocupadas neste primeiro momento, as vagas em universidades e institutos federais e estaduais ainda podem ter um destino. O motivo é que muitos dos candidatos que não foram aprovados ainda podem ingressar nas instituições, pois estão na lista de espera, que prevê chamamentos ao longo do ano.
Procurado por GZH, o Ministério da Educação (MEC) informou que a diferença entre o total das vagas e o total de selecionados na chamada regular “é recorrente no Sisu, tanto que o edital já definiu a etapa seguinte para preenchimento dessas vagas, que é a lista de espera”. Nessa fase, podem participar os inscritos que não foram selecionados de início. Os novos chamamentos são feitos diretamente pelos estabelecimentos de ensino ao longo de todo o ano, para entrada no primeiro e no segundo semestre.
Nos dados apresentados pelo MEC, o RS também registrou a segunda maior redução de oferta de vagas pelo Sisu do Brasil, na comparação com 2023, atrás apenas do Amapá. A redução de quase 3 mil posições a serem ocupadas – queda de 14% – se deveu, em especial, pelas decisões da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) de não adotar mais essa forma de ingresso e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) de diminuir o número de vagas destinadas a candidatos do Sisu, após a retomada do vestibular próprio.
As instituições alegam que essas mudanças se deveram a questões como a incompatibilidade dos seus calendários com o do Sisu, a impossibilidade de usar, no sistema do governo federal, as notas de edições anteriores do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e a taxa de evasão maior entre estudantes que entravam por essa modalidade de ingresso.