A inteligência artificial (IA) terá "sem dúvidas um efeito considerável no mercado de trabalho", mas até agora "influencia, sobretudo, na qualidade, mais do que na quantidade, dos empregos", aponta um relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicado nesta terça-feira (11).
Em suas "Perspectivas do Emprego 2023", a OCDE destaca a "grande incerteza" sobre os "efeitos atuais e sobretudo futuros da IA sobre o emprego".
A organização com sede em Paris considera que a inteligência artificial afetará "quase todos os setores da atividade" e considera "sem precedentes" a velocidade dos progressos registrados.
A OCDE indica que, segundo os estudos publicados, "poucos elementos apontam repercussões negativas significativas da IA no emprego". Qualquer "efeito negativo" pode "demorar a se materializar", afirma.
Baseado nesses estudos, a inteligência artificial influenciará sobretudo de maneira positiva na "qualidade dos empregos", segundo o comunicado.
Os trabalhadores e seus chefes consideram, por exemplo, que essa tecnologia pode reduzir "tarefas pesadas e perigosas", o que melhora a motivação e a segurança dos trabalhadores.
Mas "não está isenta de riscos", já que "parece que a automatização de tarefas simples pela IA se traduz em ocasiões em um ritmo de trabalho mais intenso para os trabalhadores", alerta a OCDE.
Ante os eventuais "riscos", o organismo de cooperação econômica pede para legislar, formar os trabalhadores e acompanhá-los naquelas empresas que optem por uma transição para a IA.
Sobre o mercado de trabalho, o estudo aponta que "as taxas de desemprego alcançaram seu nível mais baixo depois de várias décadas", apesar da inflação e desaceleração da recuperação econômica pós-coronavírus.
* AFP