Com a mudança da distância mínima entre os estudantes, determinada pelo governo do Estado em agosto, 71,9% das escolas privadas gaúchas passaram a receber todos os alunos em sala de aula. Os dados são de uma pesquisa realizada pelo Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS) em setembro com 96 instituições de ensino. A redução foi de 1,5 metro para 1 metro entre cada classe.
A entidade já havia feito o mesmo levantamento em abril, quando o distanciamento ainda era de 1,5 metro. Na época, menos de um terço das escolas (30,4%) respondeu que conseguia receber todos os alunos em todas as turmas sem necessidade de escalonamento. A maior parte (38,6%) disse que conseguia receber todos os alunos em algumas turmas, mas 31% ainda precisavam fazer rodízio em todas as turmas.
Com a redução do distanciamento, mais de dois terços (71,9%) das instituições de ensino que responderam à pesquisa disseram não precisar mais fazer revezamento. Outros 22,9% ainda precisam do escalonamento em algumas turmas e 5,2% fazem rodízio em todas.
As escolas que mais informaram falta de condições de receber todos os alunos ao mesmo tempo em sala de aula estão na Região Metropolitana, na Serra e no Sul. O revezamento acontece principalmente em turmas dos Anos Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Segundo o presidente do Sinepe/RS, Bruno Eizerik, estas são etapas mais afetadas devido à necessidade de priorização do atendimento presencial de crianças mais novas.
— Algumas escolas priorizaram colocar os alunos menores nas salas maiores, para conseguir atender os pequenos e, por isso, a maior parte dos alunos que têm que fazer rodízio é de Anos Finais e Ensino Médio — relata Eizerik.
Com 20% dos estudantes das escolas privadas ainda assistindo às aulas de forma remota, o presidente do Sinepe/RS agora pleiteia que o Estado retome a obrigatoriedade da frequência presencial:
— Já temos 98% de professores e funcionários vacinados com as duas doses e temos alunos que tomaram a primeira dose também. Não se justifica que ainda haja a possibilidade de o aluno não ir para a escola. Não é só o conteúdo: há necessidade de convivência com o colega, para o desenvolvimento psicossocial — defende.