Formado em Engenharia Mecânica, com pós-graduação em gerenciamento de projetos, Felipe de Lima Sobral, 33 anos, de Canoas, decidiu mudar de área de atuação depois de fazer uma análise da própria carreira, orientado por um especialista. Era final de 2019, e ele estava prestes a deixar o emprego na área automotiva.
Ao descobrir as próprias competências e perceber uma visão diferente daquilo que estava buscando, Felipe abriu-se para novas possibilidades. Em abril do ano passado, em meio ao início da pandemia de coronavírus no Brasil, ele assumiu como analista de operações de logística na Muksinos, empresa de guinchos e guindastes, em Esteio.
Na função, Felipe tem a responsabilidade de controlar o trajeto do transporte dos produtos e agilizar licenças para tráfego. Por conta disso, mantém contato com todos — do motorista ao cliente — e atende contas de todo o país.
— Saí da minha zona de conforto. É uma área que não tem rotina porque converso com diferentes profissionais - comenta.
Neste ano, entusiasmado com a nova função, ele começou uma pós-graduação em Logística e não pensa mais em largar a área, pois acredita que ela se manterá em alta nos próximos anos.
A quem está buscando uma oportunidade de trabalho, Felipe indica o investimento na orientação de um especialista em carreira, para ampliar os horizontes profissionais. Outra dica é construir uma rede de contatos (networking) e permanecer aberto às vagas.
— Costumamos focar somente no mesmo lugar e, às vezes, não percebemos que a nova chance pode estar ao nosso lado — ensina.
Ser feliz no trabalho
Relações públicas e trabalhando na comunicação desde 1995, Alessandra Becker, 45 anos, começou a se aproximar da área de recursos humanos desde que passou a atuar na comunicação interna das empresas. Em 2019, fez o curso Felicidade Interna Bruta (FIB), oferecido pelo centro de formação Feliciência, que engloba filosofia, modelo de gestão e índice. A partir desta experiência, um novo modelo de negócio foi visualizado por Alessandra.
— Já me deu uma bagagem maior para trabalhar a comunicação das empresas e desenhar um plano de ação que foque também na importância do bem-estar interno — explica.
Ela, então, começou a pesquisar sobre temas relacionados à psicologia positiva e comunicação, resiliência e outros. Durante a pandemia, fez novos cursos de forma online, um deles focado no desenvolvimento das habilidades socioemocionais.
Hoje, Alessandra também atua como consultora de bem-estar e felicidade para empresas de todo o Estado e de diferentes setores, como saúde, indústrias calçadistas e agronegócio. Na função, elabora um plano interno com ações que ajudam a minimizar fatores estressores no ambiente de trabalho.
São pelo menos três meses para construir um diagnóstico da situação, feito a partir de diferentes dinâmicas envolvendo os colaboradores, e implementar as ações. Os primeiros resultados são confirmados a médio prazo, cerca de um ano e meio depois do início do processo.
Para Alessandra, é possível ter um head de bem-estar nas empresas envolvendo um comitê diverso composto por exemplo por psicólogo, segurança do trabalho, profissionais de recursos humanos e da comunicação.
Vislumbrando a solidificação do tema felicidade no trabalho, ainda neste ano Alessandra pretende cursar designer de futuros desejáveis, com o intuito de ampliar projetos capazes de tornar os ambientes profissionais mais felizes e seguros.
— Felicidade é condição para sustentabilidade e sobrevivência de um negócio — afirma.