O resultado da consulta para definir a gestão 2021-2025 da reitoria da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) não significa, ainda, que as candidatas mais votadas serão reconduzidas ao comando da instituição. A votação teve por objetivo formular a lista tríplice, a partir da consulta à comunidade acadêmica, que será enviada ao presidente Jair Bolsonaro. A seguir, o presidente escolherá o nome que assumirá a reitoria.
A chapa 2, composta pelas professoras Lucia Campos Pellanda – atual reitora – e Jenifer Saffi, conquistou a primeira posição, com um total de 215 votos recebidos dos professores, 150 dos técnico-administrativos e 1.804 dos estudantes. Considerando a fórmula da eleição definida pela resolução 28/2020 do Conselho Universitário (Consun) – que leva em conta os pesos de 70% para o voto dos professores, 15% para o dos técnico-administrativos e 15% para o dos estudantes – a chapa 2 conquistou proporcionalmente 68,72% de um total de 2.594 votos válidos.
A chapa 1, formada pelos docentes Miriam da Costa Oliveira e Paulo Ricardo Gazzola Zen, obteve a segunda colocação, com um total de 129 votos dos docentes, 40 dos técnico-administrativos e 256 dos alunos, totalizando 31,28% de preferência da comunidade.
O resultado, agora, será encaminhado ao Consun para conhecimento. A escolha da comunidade acadêmica, porém, não possui vinculação com a elaboração da lista tríplice, definida pelo Consun, que ocorrerá em sessão extraordinária em 10 de dezembro.
Neste ano, na UFCSPA, haverá ainda um segundo período para inscrições de interessados. Será realizada uma nova inscrição de chapas e votação dos concorrentes. Ao final da votação, os três candidatos mais votados terão seus nomes enviados para a escolha pelo presidente da República.
Existe a possibilidade de Bolsonaro não escolher o nome mais votado por alunos, docentes e servidores quando receber a lista que será encaminhada pelo Consun, como ocorreu em outras instituições, quebrando uma tradição bem estabelecida de respeito à autonomia acadêmica.
Foi o caso da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em setembro, que teve o candidato menos votado, Carlos Bulhões, definido como vencedor, o que gerou ruidosa polêmica. Bulhões ficou em terceiro lugar na consulta e também entre os conselheiros. O presidente tem a prerrogativa legal de optar por qualquer uma das chapas que compõem a lista tríplice.