O governador Eduardo Leite voltou a defender, nesta quinta-feira (20), a proposta do Piratini de retomada das aulas presenciais no Rio Grande do Sul a partir de 31 de agosto, de forma gradual para todas as etapas de ensino. Leite argumentou que os pais e mães que não se sentirem confortáveis poderão manter os seus filhos em casa.
Na última semana, Leite havia dito que a confirmação do cronograma de volta às aulas dependeria de indicadores favoráveis e da concordância de prefeitos e especialistas. Questionado sobre o tema por GaúchaZH, nesta quinta (20), Leite minimizou a contrariedade de prefeitos e argumentou que também há gestores municipais e especialistas que defendem o retorno das atividades.
– Nós temos especialistas que defendem o retorno (das aulas), temos especialistas que contestam. Temos prefeitos que defendem o retorno (das aulas) e temos prefeitos que contestam. Continuamos dialogando – disse o governador, em coletiva de imprensa, durante transmissão por redes sociais.
Na terça (18), a Famurs divulgou o resultado de uma enquete feita com prefeitos gaúchos. Dos 442 que responderam o questionário, 418 – o que representa 94,6% – são contrários ao calendário de volta das aulas presenciais proposto pelo governo Leite. De outro lado, apenas 24 apoiam o cronograma estadual.
Leite também voltou a defender que o retorno comece pelas crianças mais novas, para que se resolva o problema de pais e mães que não têm onde deixar os filhos ao comparecerem de forma presencial ao trabalho.
– Lembrando que não estamos falando de uma imposição de retorno as aulas. Estamos tratando de retirar a restrição (que hoje impede o funcionamento de atividades de educação), permitir retorno, se for o caso, pelo município analisado, com a decisão dos pais. Os pais que não quiserem enviar seus filhos podem não enviar, se têm onde deixar em segurança. Mas sobre dar a oportunidade para os pais que não têm onde deixar os seus filhos em segurança. Estamos falando nesta primeira etapa só em educação infantil – disse Leite, apontando que a deliberação sobre o tema deve ocorrer na próxima terça-feira (25).
O cronograma proposto por Leite prevê que, duas semanas depois de voltarem as aulas em creches e pré-escolas, voltem também as atividades de Ensino Superior. Na semana seguinte, voltariam os alunos e professores de Ensino Médio. As aulas do Ensino Fundamental voltariam em duas etapas, nas duas semanas seguintes.
Cronograma de retomada proposto pelo governo do Estado
- 31/8 – Educação Infantil (público e privado)
- 14/9 – Ensino Superior (público e privado)
- 21/9 – Ensinos Médio e Técnico (público e privado)
- 28/9 – Ensino Fundamental – anos finais (público e privado)
- 8/10 – Ensino Fundamental – anos iniciais (público e privado)