Ao tomar posse como novo ministro da Educação do governo de Jair Bolsonaro, na tarde desta quinta-feira (16), Milton Ribeiro prometeu abrir um grande diálogo para ouvir acadêmicos e educadores que, nas palavras dele, estão entristecidos com o que vem acontecendo com o setor no Brasil. O professor e pastor da Igreja Presbiteriana reafirmou que seu compromisso é com a educação básica e com o ensino profissionalizante, este último considerado pelo ministro uma ponte para o jovem ingressar no mercado de trabalho.
— Meu compromisso está bem firmado e bem localizado em valores constitucionais da laicidade do Estado e do ensino público. Assim, Deus me ajude — afirmou.
Parte do discurso de Ribeiro se dedicou a criticar à “desconstrução” da autoridade do professor dentro de sala de aula, situação provocada por “filosofias educacionais equivocadas”, segundo o novo ministro. Seu propósito é resgatar o respeito pelo professor nas escolas do país.
Ele negou, entretanto, que tenha defendido castigos físicos nas escolas:
— Jamais falei em violência física na educação e nunca defenderei tal prática, que faz parte de um passado que não queremos de volta.
A cerimônia de posse ocorreu em um evento fechado à imprensa, no terceiro andar do Palácio do Planalto nesta quinta-feira (16), e foi transmitido pela TV Brasil. A participação do presidente Jair Bolsonaro, que está com o coronavírus, foi por videoconfêrencia, diretamente do Palácio da Alvorada. Em seu discurso, Bolsonaro reforçou a necessidade diálogo no Ministério da Educação e reforçou a necessidade de nomear assessores dentro do MEC com o mesmo “espírito” do novo subordinado.
— Não é fácil a vida do ministro e dele, em grande parte, depende o futuro da nossa Nação. Já disse para o Paulo Guedes: o que liberta um país e um homem não são programas sociais, é conhecimento — afirmou o presidente.
Milton Ribeiro tem 62 anos, é de Santos (SP), tem graduação em Teologia e Direito, com doutorado em Educação. Foi anunciado como titular da pasta na sexta-feira (10) e, nesta quinta-feira, foi oficializada a posse.
Desde maio de 2019 ele faz parte do governo federal como integrante da Comissão de Ética Pública ligada à Presidência da República, cuja função é investigar ministros e servidores do governo. Ele também já foi reitor em exercício e vice-reitor da Universidade Mackenzie, em São Paulo.