O segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019, com questões das áreas de exatas e ciências da natureza, teve questão sobre caldo de feijão, Tinder e um estilo mais próximo da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest), que seleciona para a Universidade de São Paulo (USP).
— Foi uma prova mais conteudista, com pouca interpretação. Na direção de uma Fuvest — afirma o professor de física do sistema de ensino COC Bernardo Copello Alves.
Para ele, o grande desafio foi a questão do tempo.
— Foi uma prova trabalhosa, para se equacionar 90 questões em cinco horas — disse.
A professora Brunna Coelho Henrique, do COC, concorda com o estilo mais parecido com a Fuvest. Para ela, chamou a atenção uma questão muito puxada a respeito de genética, sobre a lei de Mendel.
— Tiveram questões padrão Fuvest: sobre membrana, respiração aeróbia e essa de genética — disse.
Uma das questões citava uma conhecida tática das cozinheiras, que é usar batatas para diminuir o sal dos alimentos. A pergunta citava o caso de uma cozinheira que salgou demais o caldo de feijão e usou as batatas.
No primeiro dia de prova, os candidatos responderam questões de linguagens, códigos e suas tecnologias e ciências humanas. A primeira edição do Enem sob o governo Jair Bolsonaro foi também a primeira em 10 anos que não trouxe nenhuma questão relativa à ditadura militar (1964-1985).