A defesa de corte de recursos na área das Ciências Humanas feita pelo presidente Jair Bolsonaro uniu acadêmicos de universidades de todo o mundo. Nesta segunda-feira (6), mais de mil assinaturas foram colhidas em manifesto que ataca uma eventual redução de verba nas faculdades de Filosofia e Sociologia.
Há na lista intelectuais de Harvard, Princeton, Yale, Oxford, Cambridge, Berkeley, e de instituições brasileiras como a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade de Brasília (UnB), entre outras.
O manifesto, publicado no jornal francês Le Monde, foi uma iniciativa da rede de pesquisadores Gender International, que se dedica ao estudo de gênero e sexualidade. Entre os membros estão a escritora americana Judith Butler, doutora em Yale e professora da Universidade Berkeley (Califórnia), os sociólogos Éric Fassin, professor de Ciências Políticas da Universidade Paris 8, e David Paternotte, da Universidade de Bruxelas.
Ciências Humanas não são um luxo
No texto, os 1.100 signatários citam diretamente o presidente do Brasil, lembrando a declaração de Bolsonaro. O objetivo de "descentralizar investimentos" seria "focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte, como: veterinária, engenharia e medicina".
O manifesto defende que "nas nossas sociedades democráticas, os políticos não devem decidir o que é a boa ou a má ciência. A avaliação do conhecimento e de sua utilidade não pode ser conduzida de modo a conformar-se com as ideologias de quem está no poder".