O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, confirmou a escolha de Iolene Lima para a secretaria-executiva do Ministério da Educação (MEC), cargo considerado o número dois na organização da pasta. Ela já estava no MEC e é ligada aos evangélicos. É o segundo nome anunciado para o cargo em três dias.
O ministro desistiu de promover o adjunto da secretaria, Rubens Barreto, após críticas a seu nome vindas do grupo ligado ao escritor Olavo de Carvalho.
Iolene chegou ao MEC em janeiro para ocupar uma das diretorias da Secretaria de Educação Básica. Apontada como uma evangélica moderada, ela já foi uma das dirigentes da Associação de Escolas Cristãs de Educação por Princípios, uma ONG que apoia escolas confessionais.
O fato de ser evangélica deu força para a escolha de Iolene. Na quarta-feira (13), ela viajou com o ministro para Suzano, região metropolitana de São Paulo, para acompanhar os desdobramentos do ataque na escola Raul Brasil.
O anúncio ocorre em meio a uma crise envolvendo a troca de cargos e choques entre grupos de influência no MEC e no governo. Pessoas ligadas a Olavo de Carvalho fomentaram uma campanha associando mudanças no quadro de servidores a uma perseguição a discípulos do escritor.
Após a confirmação da saída do secretário-executivo Luiz Antonio Tozi na segunda-feira (11), a pedido do presidente Jair Bolsonaro, o ministro anunciou nesta semana que o assessor de Tozi, Rubens Barreto, assumiria o posto.
Assim como Tozi, Barreto também é do Centro Paula Souza, de São Paulo. Barreto tornou-se, então, alvo de ataques por parte de olavistas. A Folha apurou que o próprio Barreto não almejava liderar a secretaria.
A secretaria-executiva do MEC é considerada o motor da pasta. Por lá passam todas as decisões importantes do ministério. A exoneração de Luiz Tozi foi publicada nesta quinta-feira (14) no Diário Oficial.
As mudanças na pasta, iniciadas na sexta-feira (8), tinham o objetivo de dar mais agilidade técnica à pasta, que enfrenta um cenário de paralisia de ações importantes e a má repercussão de iniciativas ideológicas. O afastamento de pessoas ligadas a Olavo de Carvalho desencadeou a crise.