A polêmica provocada pelo pedido do Ministério da Educação relativo à leitura de uma carta nas escolas públicas provocou uma dança das cadeiras na pasta. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, nomes ligados ao escritor Olavo de Carvalho, que indicou o ministro Ricardo Vélez Rodriguez para o cargo, foram afastados.
Silvio Grimaldo, um dos alunos do curso de Olavo de Carvalho, estaria no grupo. Ele trabalhava diretamente com Rodríguez e seria um dos que influenciam suas decisões.
Em sua página no Facebook, ele afirmou que "o expurgo de alunos de Olavo dentro do MEC é a maior traição dentro do governo Bolsonaro que se viu até agora". Na página na rede social, Grimaldo estampa imagem de curso ministrado por Olavo.
No final da tarde desta sexta, Grimaldo afirmou que não foi "expulso" do MEC, mas pediu exoneração após ser afastado do gabinete de Vélez Rodriguez.
O objetivo, segundo fontes, é "reorganizar a casa" e colocar o foco no que importa na educação. Após reunião entre militares e integrantes da Casa Civil, nesta sexta-feira (8), teria sido decidido que oito funcionários da pasta devem ser exonerados. Durante o Carnaval, Vélez foi aconselhado a mudar o posicionamento para ser “um ministro de fato”.
A carta com o pedido para filmar alunos durante o Hino Nacional e a leitura do slogan de campanha de Bolsonaro não havia sido compartilhada com gestores do primeiro escalão do Ministério da Educação, que só soube do fato através da imprensa.
Também nesta sexta-feira, o próprio Olavo de Carvalho orientou os alunos que teve e que ganharam cargos na nova gestão a deixarem o governo. Em publicação nas redes sociais, ele diz que a equipe de Bolsonaro está cheia de "inimigos do próprio presidente e do povo".
"Não quero ver meus alunos tendo suas vidas destruídas no esforço vão de ajudar militares acovardados cujo maior sonho é tucanizar o governo para agradar à mídia", declarou.
Até o momento, o Ministério da Educação não se manifestou sobre o caso.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, no Diário Oficial desta sexta-feira, cinco membros da pasta ou de órgãos ligados ao ministério foram dispensados.
Um dos exonerados é o coronel Ayrton Rippel, chefe de gabinete adjunto do ministro. O jornal apurou que Rippel pode ser deslocado para outro cargo. O chefe de gabinete do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), André Monat, teve a nomeação tornada sem efeito. Monat também é egresso do ITA.