O filósofo Olavo de Carvalho, um dos gurus de Jair Bolsonaro e responsável pela indicação do futuro ministro da Educação e Cultura (MEC), reforçou, em entrevista ao jornal O Globo nesta sexta-feira (23), as críticas que vem fazendo ao projeto Escola sem Partido.
— Você não pode começar um debate legislativo sem ter o debate científico primeiro. Acho que colocaram a carroça na frente dos bois — afirmou ele.
Olavo disse que não tratou do tema com seu indicado, Ricardo Vélez Rodríguez, professor emérito da Escola de Comando e Estado Maior do Exército, que assumirá o MEC no ano que vem.
— Não, e nem tentei influenciá-lo nisso. Foram notas sobretudo para os fundadores do Escola sem Partido, que são pessoas amigas minhas. — disse, referindo-se ao vídeo que publicou falando sobre o projeto de lei.
Assista à crítica abaixo:
Além de Vélez, o filósofo já havia emplacada outro nome no futuro ministério de Bolsonaro, Ernesto Araújo, escolhido para a pasta de Relações Exteriores.
— Eu sou irresistível. Daqui a pouco você vai estar apaixonada por mim — respondeu ele à repórter do jornal, Natália Portinari, por telefone.
Olavo afirmou que teve apenas três conversas com Bolsonaro até hoje, entretanto confirmou que seus textos e obras têm influência no pensamento do presidente eleito e de seus filhos. No primeiro pronunciamento após a eleição, inclusive, uma das obras mostradas pelo capitão foi O Mínimo que Você Precisa Saber para Não Ser um Idiota, de autoria do filósofo.
Bolsonaro chegou a citá-lo como possível titular do MEC, mas Olavo mora nos Estados Unidos e rejeita a ideia de se tornar "funcionário público".
— O Bolsonaro falou, várias vezes, que queria que eu ocupasse o Ministério da Educação e da Cultura, e eu já falei que não. Eu nunca serei funcionário público. No governo Bolsonaro posso ser consultor pessoal do presidente, e cobrarei R$ 100 por mês — disse Olavo a O Globo, acrescentando que não houve convite pessoal, apenas citações em discursos e comícios.