Chegou ao fim a maratona do Vestibular 2019 da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Nesta quarta-feira (9), último dia de provas, foram aplicados os testes de matemática e história.
De acordo com Diego Zanella, professor de matemática do Unificado, foram cobradas questões de geometria, que são clássicas no vestibular, questões de funções, teoria numérica com números primos, hexágonos, quadriláteros, prismas e pirâmides, conteúdo que é comum ser aplicado na prova. Zanella afirma que houve uma mudança em relação à parte de funções, com suas classificações, como função positiva, crescente e decrescente, o que pode ter dificultado para alguns candidatos.
Além desses, também caíram conteúdos como porcentagem, matemática básica, função trigonométrica, números complexos e combinatória. A surpresa, para o professor, ficou por conta da questão de elipse que, segundo ele, não vinha sendo cobrada no vestibular. Já o que sempre caía, mas neste ano não estava na prova, é a questão de sistemas lineares.
— Foi uma prova nos moldes UFRGS, com questões mais elegantes. Prevejo uma média de notas mais baixas, muito boa para o candidato que precisa fazer pontos.
Já em relação à história, para o professor e diretor de ensino do Unificado, Fabrício Indrusiak, a prova pareceu mais difícil, na comparação com os anos anteriores. Alguns temas clássicos, como a Guerra dos Cem Anos, a legislação no segundo reinado, tratados limítrofes brasileiros e revolução praieira, estiveram presentes. A prova cobrou também povos indígenas, modelo de trabalho no Brasil colonial, América espanhola, neoliberalismo e direito das mulheres. Segundo Indrusiak, também foram cobradas questões difíceis sobre história contemporânea: população carcerária nos Estados Unidos e a ascensão da extrema-direita na Europa.
— A prova abordou, na sua primeira questão, a tragédia envolvendo o Museu de História Nacional e o quanto isso foi arrasador para a preservação da memória dos povos originários brasileiros — comenta.
O professor também afirma que foram abordados temas que o novo Mistério da Educação (MEC) diz que pretende rever no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): houve questões sobre o aparato repressivo da ditadura pós-1964, o feminismo, a cultura indígena e os golpes militares na América latina.
A lista de classificação do vestibular, o chamado "listão", será divulgado até 21 de janeiro. O período de matrícula é dividido em duas fases: a primeira com o envio da documentação, conforme a modalidade do candidato, que ocorrerá entre 21 e 27 de janeiro. E a segunda com a matrícula presencial, que será entre 6 e 9 de março.