As provas do terceiro dia do vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), aplicadas nesta terça-feira (8), não surpreenderam o aluno que conhece os conteúdos cobrados pelo processo seletivo. O destaque, conforme professores do curso pré-vestibular Unificado consultados por GaúchaZH, foi aproximar a vida real ao aluno com questões bem articuladas.
Luiz Ferrari, professor de química, notou que a banca exigiu poucos cálculos, o que deve beneficiar alunos e reduzir levemente a média neste ano. O modelo de distribuição das questões, salienta, seguiu o esperado, com grande enfoque em química orgânica – o assunto foi tema de sete das 25 perguntas. A forma de cobrar os assuntos, diz, aproximou o vestibulando da vida real. Uma das perguntas questionou o processo químico relacionado ao chimarrão. Outra, os estados físicos da água.
— Foi uma prova bem "fazível" e de maior facilidade, que cobrou conteúdo do primeiro, segundo e terceiro anos do Ensino Médio. Acho que teremos uma média um pouco maior do que o normal. Tive a impressão de que a UFRGS mudou a estratégia, trazendo o fenômeno químico do dia a dia para a prova. Isso é louvável — analisa.
A prova de geografia também cobrou atualidades relacionadas ao cotidiano, destaca o professor Saul Chervenski, também do Unificado. Um exemplo foi um enunciado citando o combate ao canudinho para proteger o meio ambiente. A estrutura da avaliação foi clássica: metade sobre geografia física, e a outra metade, sobre geografia humana.
— O bom aluno não teve surpresa, porque não teve nada absurdo. Havia questões clássicas de demografia e de urbanização, falando sobre problemas da cidade. Teve muito gráfico e tabela, com questões de observação e análise cuja resposta está no enunciado. Isso testa a cognição, é um estilo de questão do Enem que demanda tempo maior. Uma novidade foi cobrar gentrificação, quando um bairro pobre se valoriza após algum fenômeno. A média deve diminuir um pouquinho em relação ao ano passado — comenta.
A prova de biologia também foi dentro do esperado, avalia o professor Guto Braul, do Unificado. Havia questões sobre o surto de toxoplasmose em Santa Maria e o crescimento de escorpiões-amarelos em residências - todos os fatos foram noticiados por GaúchaZH no último ano.
— Foi uma prova boa de se fazer e bem elaborada, que cobrou conhecimentos aprofundados de determinados assuntos. Havia muitas questões de verdadeiro ou falso. Mas seguiu o padrão de cobrar muita botânica, ecologia e citologia. A média deve ficar entre 10 e 11 (questões acertadas).
O vestibular da UFRGS termina nesta quarta-feira (9), com a aplicação das provas de Matemática e História. O listão será divulgado até 21 de janeiro.