Pela primeira vez nos seus 50 anos de história, a Universidade de Passo Fundo (UPF) tem uma mulher à frente da Reitoria. No dia 20, a mestre e doutora em Saúde Pública Bernadete Maria Dalmolin assumiu a gestão da UPF para o mandato 2018-2022. Há 26 anos na instituição, a docente, que até então era vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, substitui o professor José Carlos de Souza.
— Para mim, é uma honra estar ocupando, neste momento, a gestão da universidade e ser a primeira mulher, porque acho que isso tem um efeito simbólico para aquilo que a mulher vive na sociedade. Ainda existe um padrão de desigualdade em relação ao trabalho, à ocupação dos cargos, a uma série de outras situações. Ainda temos uma diferença de gênero bem importante — afirma a reitora.
Destacando o contexto contemporâneo de transformação do Ensino Superior, com a massificação de sistemas, inovação tecnológica e competição entre instituições de ensino, Bernadete Maria ressalta o fortalecimento contínuo da identidade comunitária como um dos objetivos centrais de sua gestão:
— Nos desenvolvemos ao longo desses 50 anos nessa perspectiva e entendemos que esse é o grande diferencial, tanto para a formação do nosso aluno quanto para a produção do conhecimento, para o desenvolvimento regional. Pois há a oportunidade, a partir dessa inserção, desse laço forte da comunidade, de podermos trazer essas grandes demandas para os cursos, para as pesquisas, para os projetos de extensão, para a educação continuada.
Atualmente com cerca de 20 mil alunos distribuídos em 60 cursos de graduação, 15 áreas de mestrado e seis de doutorado, além de cursos de extensão, a reitora aponta a análise continuada dos currículos, com o seu fortalecimento e flexibilização, e a sustentabilidade econômica em um cenário de redução na oferta de bolsas em programas — o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), por exemplo — como focos de atuação da gestão.
Em um processo a longo prazo de diálogo com a comunidade, a reitora vislumbra a necessidade de rediscussão da estrutura dos sete campi da UPF — assim como a revisão constante de oferta de cursos —, visando "adequar o espaço da universidade nessas regiões à luz das necessidades atuais".
Modalidade cada vez mais explorada pelas universidades como meio de angariar novos públicos, o ensino a distância passará a ser explorado de maneira mais forte na pós-graduação e cursos de extensão da UPF, constituindo-se como alternativa complementar às didáticas aplicadas atualmente.
— Ela vai ser uma ferramenta de fortalecimento, mas não ela em si, ela com aquilo que nós já temos na graduação — diz.