Ijuí está novamente em busca de uma instituição de Ensino Superior que implemente o primeiro curso de Medicina da cidade. O Grupo Estácio, do Rio de Janeiro, instituição selecionada para instalar a formação no local, anunciou em outubro do ano passado que desistiu de implantar uma faculdade no município por razões "técnicas, financeiras, acadêmicas e logísticas". Com isso, o município do noroeste gaúcho apareceu em edital lançado pelo Ministério da Educação (MEC) nesta quarta-feira (5), de chamamento público para a seleção de propostas de funcionamento de cursos em Ijuí, onde serão oferecidas 50 vagas. Também estão no edital Limeira, em São Paulo (55 vagas), e Tucuruí, no Pará (50 vagas).
O município e outras três cidades do Rio Grande do Sul já haviam sido selecionados pelo MEC para receber novos cursos de Medicina. Os pré-requisitos estabelecidos pelo governo incluíam população superior a 70 mil habitantes e não ter ainda formação em Medicina na cidade. Com a desistência do Grupo Estácio, no momento, apenas Ijuí ainda não tem definida a instituição responsável.
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Na época, segundo o MEC, não houve propostas classificadas para assumir o lugar da selecionada em caso de desistência. A Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), com sede na cidade, não teve a proposta aprovada pelo ministério. Com o edital publicado nesta quarta, a Unijuí informou que está avaliando a possibilidade de se habilitar a receber o curso.
Nos outros três municípios do Estado, as mantenedoras serão a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), em São Leopoldo, a Universidade Feevale, em Novo Hamburgo, e a Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), em Erechim. Até o final do ano passado, a expectativa era de que as aulas se iniciassem ainda em 2017 nas três instituições, mas nenhuma ainda obteve aval para dar início às aulas. Quando todos estiverem em operação, o Rio Grande do Sul passará a contar com 20 opções de graduação na área.
As propostas serão analisadas em quatro fases: análise de admissibilidade, da capacidade econômico-financeira, de mérito das propostas e da experiência regulatória. Selecionados por meio de edital, os municípios se comprometem a oferecer à instituição de Ensino Superior vencedora a estrutura da rede pública de saúde para a implantação e funcionamento de novo curso de graduação em Medicina.
O cadastramento das instituições interessadas vai até 19 de julho, pelo Sistema Integrado de Monitoramento Execução e Controle (Simec). O resultado preliminar será divulgado em 30 de outubro, e o resultado final, em dezembro, com homologação no dia 31 de janeiro de 2018.
Como está o andamento dos processos:
Feevale
No início de junho, representantes do Ministério da Educação (MEC) estiveram em Novo Hamburgo para visitar as instalações da área da Saúde da Universidade Feevale e do município. Após a visita, a Feevale recebeu parecer favorável para a implantação do curso de Medicina. A instituição aguarda, agora, a publicação no Diário Oficial da União de um ato autorizativo do curso.
Depois de concluído o processo, a universidade passará a ofertar 60 vagas para a formação de médicos. O ingresso se dará por meio de resultados obtidos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A proposta do curso é para turno integral, com duração de 7.550 horas. Os estudantes participarão de atividades práticas desde o primeiro semestre de formação, com atendimento à comunidade na rede de atenção básica.
Unijuí
A Unijuí informou que está avaliando o edital para se habilitar a receber o curso. A universidade afirmou que irá acompanhar todos os passos do processo e já está preparada para receber o curso, caso seja aprovada.
URI
A URI informa que já está praticamente pronta para receber o curso e que aguarda a visita da comissão do MEC. O projeto pedagógico e de implantação da graduação em Medicina está pronto desde 2011. Segundo o diretor-geral do campus, Paulo José Sponchiado, a instituição cumpriu todos os quesitos previstos no edital e espera com muita expectativa a autorização.
Unisinos
O curso de Medicina da Unisinos está sendo planejado e desenvolvido desde 2012. A partir de 2013, alinhou-se à legislação para a abertura da oferta. Após a aprovação de São Leopoldo para sediar uma graduação de medicina, o projeto foi encaminhado, em janeiro de 2015, em resposta a edital específico.
O resultado definitivo da aprovação foi liberado em setembro de 2016. A Unisinos utilizou o tempo até o resultado final para adequar seu espaço físico e trabalhar em conjunto com a rede de saúde regional, preparando o acolhimento dos futuros alunos. Atualmente, as aulas, a biblioteca, os laboratórios, o campo de prática (rede) estão prontos para o início das aulas, já contando com docentes contratados. A visita de monitoramento ocorreu em meados de abril, e a universidade agora aguarda o envio do processo ao Conselho Nacional de Saúde para aprovação final e publicação.