Os grupos de varejo de moda Soma e Arezzo, donos de marcas como Farm e Animale, estão negociando uma fusão. Isso resultaria em uma empresa com faturamento da ordem de R$ 12 bilhões, 2 mil lojas, além de cerca de 30 marcas – entre elas Reserva, Anacapri, Hering, Maria Filó e Cris Barros. Superior à Renner, união representaria o maior grupo de moda do país. As informações são do jornal O Globo.
Em comunicados, as companhias confirmaram as tratativas, após uma notícia do site Neofeed ter divulgado a possível interlocução entre os grupos de moda. De acordo com O Globo, as ações da Arezzo disparam 12,8% depois da publicação da notícia, enquanto as do Grupo Soma avançaram cerca de 17%. O montante representa uma capitalização de mercado somada de mais de R$ 13 bilhões.
"A companhia está em entendimentos com o Grupo Soma S.A. em que ambos avaliam uma possível associação que poderá envolver a unificação das bases acionárias em uma única companhia com governança compartilhada", disse a Arezzo. "Até o momento, não há qualquer documento vinculante celebrado entre as companhias sobre a realização da possível operação ou qualquer garantia de sua implementação", completou.
Maior parte será da Arezzo
Os comunicados pontuam que a transação não envolverá dinheiro, apenas troca de ações. De acordo com o valor de mercado dos grupos antes da divulgação da notícia, os acionistas da Arezzo ficariam com quase 54% da empresa unificada. Assim, os donos da Arezzo teriam cerca de 21% do negócio. Já os controladores do Soma, ficariam com cerca de 17% da companhia.
Ainda de acordo com as informações do jornal O Globo, Alexandre Birman, atual CEO da Arezzo, seria CEO da companhia combinada. Roberto Jatahy, que atualmente comanda a Soma, assumiria o cargo de CEO da unidade de vestuário feminino.
Repercussão entre os acionistas
Mesmo com a valorização das ações, parte dos acionistas do Grupo Soma manifestaram descontentamento com a potencial fusão. "A indicação que o Soma emite é que enxerga um crescimento menor daqui para frente. Caso contrário, não haveria racional (motivo) para uma fusão. As ações sobem porque estavam baratas. Mas, como acionista, a transação não me agrada", disse um sócio de uma gestora do Leblon ao jornal O Globo.
O banco BTG Pactual estima que a Arezzo tenha registrado receitas brutas de R$ 6,12 bilhões em 2023, contra R$ 6,2 bilhões do Grupo Soma. Os analistas do banco acreditam também que a Arezzo tenha crescimento acelerado até 2026: de 43% no faturamento bruto. No entanto, preveem que a dona de Farm e Animale tenha um crescimento menor: de 35% no faturamento bruto.