O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta-feira (24) que o programa Nova Indústria Brasil "não tem nada a ver" com a questão fiscal do país e que a iniciativa não terá nenhum tipo de impacto nas despesas do governo além daquelas já previstas no orçamento.
— Parte do dinheiro para financiar o projeto de incentivo à indústria será captada no mercado — disse ele. — Não tem nenhum dinheiro do governo. Na realidade, não tem impacto fiscal — completou.
A nova política industrial do governo terá R$ 300 bilhões disponíveis para financiamento até 2026. O anúncio ocorreu nesta segunda-feira (22), durante reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), realizada no Palácio do Planalto.
Alckmin disse ainda que percebe um certo preconceito em relação ao BNDES e insistiu que o governo não fará qualquer tipo de aporte no banco de fomento.
— No programa industrial, o BNDES quer participar de fundo na área de minerais críticos, em áreas estratégicas, o valor é mínimo — afirmou. — O governo não vai fazer aporte no BNDES, não vai colocar recurso a mais — explica.
O anúncio do pacote gerou críticas entre economistas, que veem a reciclagem de propostas já usadas em governos anteriores do PT e maior risco para o quadro fiscal.
Segundo Alckmin, o programa tem seis missões, com linhas de atuação que ainda terão de ser detalhadas. E salientou o caráter de apoio à inovação do programa de fomento à indústria, assim como seus aspectos de incentivo à sustentabilidade e à competitividade.
Alckmin defendeu ainda a necessidade de a indústria ter um maior acesso a linhas de crédito, e citou como exemplo a proposta de criação da Linha de Crédito de Desenvolvimento (LCD), que está sendo discutida no Congresso.