O Rio Grande do Sul fechou o penúltimo mês do ano com mais contratações do que demissões. O Estado criou 11.799 vagas com carteira assinada em novembro, engatando o quarto mês positivo no mercado de trabalho formal. Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na tarde desta quinta-feira (28) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
O Rio Grande do Sul teve o terceiro melhor saldo entre os Estados em novembro, ficando atrás apenas de São Paulo (+47.273) e Rio de Janeiro (+23.514).
O saldo de novembro decorre de 114.640 admissões e 102.841 desligamentos em novembro. O resultado veio em patamar acima do observado em outubro (10.605), segundo dados atualizados nesta quinta-feira. Ante novembro do ano passado, quando o saldo ficou em 11.262, o nível também é ligeiramente maior, com status de estabilidade.
No acumulado do ano, são 76.457 postos gerados no Estado. Nesse recorte, o dado segue mostrando desaceleração em relação ao ano passado, marcado pela recuperação pós-pandemia de covid-19. No agregado de janeiro a novembro de 2022, o saldo ficou em 128.330 postos.
Lisiane Fonseca da Silva, economista que atua na área do mercado de trabalho e professora da Universidade Feevale, afirma que o avanço de novembro espelha uma conjunção de fatores, com demanda gerada pelas festas de fim de ano. Também entra nessa conta uma tentativa de recuperação após efeitos de estiagem e aguaceiros que afetaram o Estado neste ano, segundo a docente:
— Tem esse conjunto de elementos. Uma retomada após questões climáticas que afetaram o Estado e a própria questão do movimento de final de ano, tanto que os setores com maior movimento são serviços e comércio.
Setores
Entre os setores, serviços voltaram a anotar o melhor resultado, com a abertura de 6.450 vagas. Em seguida, aparecem comércio (+4.838) e agropecuária (+2.649). A construção apresentou certa acomodação, com geração de 87 postos. A indústria é o único setor no vermelho em novembro, com fechamento de 2.225 postos.
A economista-chefe da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), Patrícia Palermo, também afirma que o desempenho de serviços e comércio é normal nessa época do ano:
— O resultado de novembro não surpreendeu, revelando a sazonalidade típica do período, com a indústria destruindo postos e o comércio reforçando seus times para a maior demanda de fim de ano.
A economista ainda destaca o fato de a indústria ter destruído mais postos e o comércio criado menos vínculos em novembro deste ano ante o mesmo mês do ano passado. Já os serviços apresentaram alta nessa comparação, salienta Patrícia:
— De maneira geral os serviços performaram bem, mas o destaque foram as atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas.
Brasil
No país, foram criados 130.097 postos de trabalho com carteira assinada em novembro. O resultado é a diferença entre 1.866.752 admissões e 1.736.655 desligamentos no mês.
A maioria dos empregos formais foi criada principalmente no setor de serviços (92.620) e no comércio (88.706).
O saldo do Caged mostra o resultado entre contratações e demissões. O indicador reúne apenas dados do trabalho formal e as informações são atualizadas mensalmente. Com isso pode provocar ajustes nos montantes divulgados em meses anteriores e, consequentemente, nos acumulados.