Oferecer a crianças negras uma imersão em atividades afro referenciadas, gestadas também por pessoas negras, isso é o que propõe o Kilombinho de Verão. O projeto foi criado pelo coletivo Associação Mães Pretas, da Capital.
Presidente do grupo, a servidora pública Adriana Centeno, 36 anos, conta que é uma tentativa de fazer com que esses pequenos conheçam a sua própria história e saibam lidar com o racismo.
– Tive que aprender muita coisa sobre a cultura afro fora do ambiente escolar. Então, a ideia é que eles não precisem passar por isso – afirma.
Para isso, as crianças se envolvem em 12 diferentes oficinas gratuitas, conduzidas de forma lúdica, no período de férias escolares. Há desde contação de histórias e brincadeiras até jogos e robótica. Todas elas conduzidas por profissionais negros, capacitados e contratados através de uma parceria com a iniciativa privada.
Esse tipo de projeto é até comum em outros estados, mas aqui não. E, durante o evento, conforme íamos explicando, as pessoas iam percebendo a importância. Então, vamos (para São Paulo) com a missão de voltar com uma solução para remunerar os profissionais e realizar a segunda edição de forma gratuita.
ADRIANA CENTENO
Presidente da Associação Mães Pretas
A primeira edição ocorreu no verão deste ano, no Quilombo do Sopapo, na Zona Sul, com 20 participantes. A segunda está prevista para o início de 2024 e com uma meta ousada: reunir o dobro de inscritos. Para isso, já tem um espaço, o Arquivo Histórico de Porto Alegre, mas ainda busca financiamento.
É essa busca, aliás, que fomenta expectativas na Associação Mães Pretas com a participação na Expofavela:
– Foi uma das mães do grupo que nos falou do evento (no RS). Nos inscrevemos e eu estive em todos os dias. Foi incrível para termos conhecimento, informações e acesso a editais de financiamento. Temos essa necessidade, de acessar políticas públicas e privadas.
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*Produção: Guilherme Jacques