A história da Clau Estampas se mistura com a de sua fundadora, Cláudia Campos, 44 anos, moradora do bairro Partenon, na Capital. Ambas, marcadas por mudanças de rumo. Movimentos, porém, que mantiveram o respeito aos valores e propósitos que guiam a iniciativa.
– Hoje, tenho um ateliê de design de estamparia que valoriza a memória afetiva e ancestral das culturas afro e indígena – explica, sobre as estampas que cria para estilistas e marcas que busquem conceitos exclusivos.
Porém, com uma trajetória de nove anos no mercado, ela começou com uma marca de roupas e assessórios afros sustentáveis. Criava, confeccionava, vendia e chegou até a ter uma loja física. Mas, como a maioria dos pequenos empreendedores, em 2020, viu a pandemia de covid-19 cruzar seu caminho e mudar tudo. Da dificuldade, nasceu a Clau Estampas.
A guinada, porém, não foi a primeira. A semente do empreendedorismo já tinha sido plantada há mais tempo. Isso porque, antes de se aventurar e se descobrir no universo da moda, ela foi professora de História:
Somos mulheres negras atravessadas pelo racismo e pelas relações de mercado. Por isso tenho a expectativa de deixar um legado, ser vista nacionalmente. O futuro da moda é ter propósito e eu entendo que meu produto não é pensado para o agora. É o futuro.
CLÁUDIA CAMPOS
Criadora da Clau Estampas
– Sou especialista e mestre e não conseguia melhorar, crescer profissionalmente. Então, resolvi fazer uma nova faculdade. Cresci com a ideia de que diploma é importante e, como gostava muito, optei pela Moda. No curso, descobri os desenhos e comecei a marca.
O movimento acertado levou Cláudia a um patamar alcançado por poucos, o da união de satisfação profissional e rentabilidade.
–Tenho uma legitimação, conhecimento das ciências humanas. Achei o caminho com um produto que tem conteúdo e uma forma de me sentir valorizada. No empreendedorismo, consegui dar a volta por cima – conclui.
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*Produção: Guilherme Jacques