Com corredores cheios desde a abertura dos estandes, a Feira Brasileira do Varejo (FBV) deu a largada nesta quarta-feira (24) a uma extensa programação de palestras e exposições para discutir tendências do comércio. Celebrando a sua 10ª edição, a feira vai até sexta-feira (26) no Centro de Eventos da Fiergs, em Porto Alegre.
Este ano, oito palcos simultâneos distribuem as mais de 20 horas de conteúdo. Espaços em forma de arena, ambientes para trocas diretas e aquários com o áudio das palestras em fones de ouvido estão entre as várias possibilidades de o público trocar informação e ouvir experiências dos especialistas.
Pelos corredores do local, os visitantes podem circular por estandes de marcas que apresentam tecnologias voltadas ao varejo. Em linha com o que é tendência mundial, a inteligência artificial está entre as principais novidades apresentadas.
Uma delas é a vitrine inteligente, instalada no estande da Fecomercio-RS. Trata-se de uma linguagem de programação que usa a inteligência artificial para capturar a imagem do corpo do cliente. Funciona assim: o consumidor se posiciona em frente a um totem e as peças sobre o seu corpo aparecem no monitor. A imagem gerada, baseada nas posições e nos movimentos do corpo, permite navegar num portfólio e mudar as peças de roupas, simulando a sua vestimenta.
A inovação foi desenvolvida por alunos do Senac Tec de Porto Alegre. A aplicação da tecnologia em pontos físicos de venda proporciona a experiência de ver como ficam as peças num primeiro momento. Carlos Kremer, um dos alunos que participou do desenvolvimento do projeto, diz que a inovação também diminui o contato com a peça, algo que virou problema durante a pandemia.
Professor do Senac Tec, Gilmar Santos diz que a novidade tem papel de revitalizar vitrines, que são o grande diferencial do varejo físico. Outro objetivo é o de promover segurança, já que evita o furto de peças nas lojas. Em outra aplicabilidade, a ferramenta pode ser uma extensão para os sites de vendas online proporcionarem a imersão de “provar uma roupa virtualmente”. O grupo conta que foi para a FBV com o intuito de buscar parceiros para testes em piloto real da tecnologia.
Outras soluções virtuais, como os hologramas, também são destaque entre os expositores. O holograma é uma imagem tridimensional projetada, e por isso aproxima o cliente da realidade aumentada sem a necessidade de um ambiente virtual. No varejo, a sua utilização pode ajudar a divulgar produtos que não estão em loja, exibindo o portfólio da rede em imagens mais “reais”.
As possibilidades de explorar a tecnologia são inúmeras, diz Diego Pulsy, um dos sócios da Smart Composer VR, de Porto Alegre, que desenvolve as soluções. São ferramentas que ampliam são só a experiência do consumidor, mas também valorizam o produto das empresas. Aliado a uma ação de marketing, o holograma pode direcionar o cliente a um QR Code que garante descontos, por exemplo.
Outro mecanismo apresentado pela empresa tem o objetivo de gerar uma visita às lojas em forma de tour digital. A visualização da loja em 360° através da imagem permite ver os produtos como se estivessem na prateleira, inclusive com os preços. A ferramenta ainda permite fazer contato direto com a loja através de canais de atendimento. Para Pulsy, isso reduz a distância da compra.
Até o último dia de exposição, a expectativa é de receber mais de 10 mil pessoas nos corredores da FBV. A entrada para visitação é gratuita. Já algumas palestras têm acesso restrito, mediante ingresso. Os tíquetes podem ser adquiridos no site oficial da feira (feirabrasileiradovarejo.com.br).