A abertura oficial da 36ª edição do Fórum da Liberdade ocorreu no início da noite desta quinta-feira (13), em Porto Alegre, com a entrega do prêmio Liberdade de Imprensa, que, neste ano, foi concedido à jornalista Leda Nagle.
Antes de iniciar a premiação, a presidente do Instituto de Estudos Empresariais (IEE), Victoria Jardim, destacou o tema deste ano, “Alice no País das Liberdades”, inspirado no livro de Lewis Carroll. Victoria afirmou que a obra é um clássico que, com o passar dos anos, deixa de ser retrato de sua época e se conecta com o público por ser reflexo da essência humana, assim como o Fórum da Liberdade, que se tornou referência mundial:
— Parece ser o caso também do Fórum da Liberdade, que há mais de 35 anos já trazia questionamentos e provocações sobre temas como custo Brasil, inflação, eficiência da Justiça e o tamanho do Estado. Discussões que hoje ainda se fazem tão atuais.
A presidente do IEE destacou que o nosso país possui diversas riquezas culturais e naturais, que criam cenário para um verdadeiro conto de fadas. No entanto, problemas como corrupção generalizada, insegurança, serviços públicos decadentes e leis e burocracias em um “Estado de proporções colossais” travam e prejudicam o país. Victoria reforçou que o evento tem um viés propositivo:
— Neste fórum que preza pela liberdade, não discutiremos apenas os problemas e monstros que temos que enfrentar. Aqui, por ora, as rainhas de copas não nos calarão cortando cabeças. Aqui, seremos propositivos com relação ao país que queremos ter.
Primeira homenageada da noite, a jornalista, escritora e apresentadora Leda Nagle participou do evento por meio de videoconferência. Ela alegou uma gripe forte e recomendações médicas para não receber o Prêmio Liberdade de Imprensa pessoalmente. Em seu discurso, Leda afirmou estar muito honrada e destacou como entende o papel do jornalismo na vida das pessoas, com um auxiliar na formação de opinião:
— Eu não gostaria de formar a opinião das pessoas. Eu gosto de ajudar, de instrumentalizar, no sentido de dar ferramentas, para que você forme a sua opinião.
A jornalista avalia que a liberdade de imprensa está muito comprometida atualmente e que o jornalismo está em uma linha muito opinativa e menos plural. Traçando um paralelo com alguns pontos da Ditadura Militar, Leda disse que já viveu em um ambiente de censura e que está vivendo essa experiência novamente.
— Gosto, quero e torço pela liberdade total de pensamento, de imprensa, para a gente viver melhor. Acredito que um povo mais informado tem chance de escolher melhores governantes, viver melhor e ser mais feliz — finalizou.