O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (2) que o futuro ministro da Fazenda vai ser a "cara do sucesso do primeiro mandato" em que governou o país (2003-2006), mas avisou que será dele a palavra final sobre as decisões da política econômica.
— O ministério tem autonomia, tem um monte de coisa, mas quem ganhou a eleição fui eu. Quero ter inserção nas decisões de economia neste país. Sei o que é bom para o povo, sei o que é bom para o mercado — afirmou.
Lula vem sendo cobrado para anunciar logo o nome do novo ministro da Fazenda em meio à negociação para aprovar a PEC da Transição, que prevê R$ 198 bilhões fora do teto de gastos. Questionado, não respondeu se o escolhido para o posto será o ex-prefeito Fernando Haddad - até agora, o nome mais cotado.
Quando eleito, o atual presidente, Jair Bolsonaro, delegou a condução da economia ao ministro Paulo Guedes. Guedes precisou ceder, no entanto, quando as decisões envolviam assuntos de interesse do presidente ou sua busca à reeleição.
Apesar da pressão de setores da política e do mercado financeiro pela indicação de nomes para ocupar os ministérios, Lula disse que só começará a fazer as nomeações após a diplomação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), marcada para o dia 12 deste mês.
Sobre a PEC, afirmou que espera "sensibilidade" do Congresso Nacional para a aprovação do texto. O presidente eleito defendeu ainda que não sejam incluídas nas negociações as emendas do orçamento secreto.
— O Brasil precisa dessa PEC. O atual governo é que deveria estar fazendo. Para mim, parece que ele (Bolsonaro) quer deixar esse país a zero para a gente governar. Espero que o Congresso, a Câmara e Senado, tenha sensibilidade para negociar — acrescentou.