O diretor da Câmara de Comércio Internacional da Província de Hubei (China) no Brasil e primeiro chinês convidado pelo Ministério da Educação para lecionar no país, Fernando Zhou, rebateu comentários feitos por Paulo Guedes. O ministro da Economia criticou a importação de produtos chineses durante palestra no dia 26 de agosto
— O ministro da Fazenda de um governo que tenta a reeleição deveria procurar identificar e resolver os problemas internos de sua economia ao invés de procurar problemas fora do Brasil — afirmou Zhou.
No dia 26 de agosto, durante um evento da Cooperativa Agropecuária e Industrial (Cotrijal), em Passo Fundo, no norte do RS, Guedes disparou:
O ministro fez a afirmação ao reforçar para uma plateia de empresários do ramo do agronegócio que o governo já tinha reduzido em 35% a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e, mais que isso, iria acabar com o tributo.
Não foi a primeira vez que o ministro discorreu sobre o tema neste mesmo tom e alegando que o IPI é um imposto de desindustrialização em massa, e que está "destruindo o país há 40 anos". Mas a forma com que ele se referiu aos chineses, foi considerada ofensiva por Zhou.
Segundo o diretor, a maneira usada por Guedes minimizou por completo o conteúdo da sua argumentação, que do ponto de vista econômico - mesmo não sendo verdadeiro, já que no comércio entre os dois países a ponta superavitária sempre fica com o Brasil - estava correto.
— Não gostei das palavras do Guedes, pois a China é o maior parceiro comercial do Brasil e na relação entre os dois países o Brasil sempre é o ganhador de superávit — lamentou Zhou, que também é professor visitante da FIA Business School, fundada em 1980 por professores e colaboradores da Universidade de São Paulo (USP).