Mais do que um negócio, um estilo de vida levou quatro amigos a aliarem a agricultura com o bem-estar do meio-ambiente. Disso surgiu a Aldeia Ñanderú, na localidade de Rincão dos Minellos, no interior de Itaara, onde vivem em comunidade 20 pessoas. E a produção de alimentos é a principal atividade financeira do grupo. O carro chefe é o cogumelo comestível, mas também há comercialização de hortaliças. Um dos idealizadores do projeto é Rafael Viegas Mathias, que foi o entrevistado do Santa Maria de Negócios desta semana. Confira a entrevista na íntegra abaixo.
A produção de cogumelos na comunidade chamada por eles de Nação Tutumbaiê começou ainda em 2018, de forma menor, com os "Cogumelos da Aldeia". No entanto, foi no início deste ano que se decidiu transformar isso em negócio de fato, junto com a produção das hortaliças. Como tudo é orgânico, os resíduos que sobram da produção de cogumelos são usados para adubar a terra, inclusive no plantio das hortaliças, num conceito chamado de agrofloresta, que consiste na restauração do solo.
O cogumelo produzido na Aldeia Ñanderú é o shimeji, que são dividos em outros três tipos: shimofuri, flórida e salmão. O plantio de cada um depende da época do ano. No momento, o que está sendo cultivado é o shimofuri, mais resistente ao inverno.
A produção atual é de cinco quilos de cogumelos semanalmente. O quilo do alimento é vendido à R$ 70. A expectativa é que a produção, hoje toda estruturada em estufas, chegue a 35 quilos por semana até o final deste ano. Os cogumelos são vendidos em feiras, restaurantes e também à domicílio. Quatro pessoas estão totalmente envolvidas com o processo desde o plantio, cultivo, controle de qualidade, divulgação e venda.