As reservas comerciais de petróleo dos Estados Unidos subiram na semana passada, para surpresa dos analistas, que esperavam uma leve baixa, segundo dados desta quarta-feira (3) da Energy Information Administration (EIA), agência responsável pelas estatísticas do setor no país.
Na semana anterior, o país acumulava 426,6 milhões de barris, 4,5 milhões a mais que sete dias antes. Os especialistas esperavam que as reservas se reduzissem em 1,5 milhão de barris.
Os estoques de gasolina, por sua vez, aumentaram ligeiramente em 200 mil barris, frente a uma redução de 1,5 milhão de barris esperada pelo mercado. Uma alta das importações de petróleo, junto à queda nas exportações e uma taxa de capacidade de uso das refinarias em baixa explicam o aumento inesperado das reservas.
— Um dos dados mais importantes no qual o mercado se concentrará é a demanda da gasolina, que foi muito baixa — explicou Andrew Lebow, da Commodity Research Group.
A demanda caiu em 704 mil barris por dia, para 8,5 milhões.
— É realmente ruim. A demanda de gasolina em julho foi particularmente decepcionante para o mercado. Os dados mostram que a demanda não voltou a seu nível de antes da pandemia de covid-19 — acrescentou.
O mercado esperava uma temporada forte de viagens no verão para o país, deixando para trás o pior da pandemia.
— Um recuo do consumo de combustível tem consequências pessimistas sobre o mercado — comentou Lebow.
Os preços do petróleo caíram após esse relatório. Por outro lado, os associados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados da Opep+ decidiram nesta quarta-feira aumentar levemente o ritmo da produção, apesar da pressão dos Estados Unidos para que abram a torneira do petróleo visando conter o aumento dos preços. A Opep+, formada por 23 países, liderados pela Arábia Saudita e pela Rússia, decidiu por um aumento de 100 mil barris diários para setembro.