A construção foi o setor que liderou o fechamento de vagas no trimestre encerrado em março, com 252 mil demissões em relação ao trimestre terminado em dezembro de 2021, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
— A construção foi, sim, bastante afetada. Ela tem na sua composição ocupacional muitos trabalhadores informais, principalmente por conta própria sem CNPJ e empregados sem carteira assinada. Essa queda na construção contribui bastante para essa redução na informalidade — disse Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Na passagem do trimestre terminado em dezembro para o trimestre encerrado em março houve extinção de vagas nas atividades: comércio (-104 mil ocupados), indústria (-90 mil), agricultura, pecuária, produção florestal pesca e aquicultura (-138 mil), informação, comunicação e atividades financeiras (-95 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-31 mil) e serviços domésticos (-86 mil).
Houve contratações em outros serviços (41 mil ocupados), alojamento e alimentação (142 mil) e transporte (124 mil).
Em relação ao patamar de um ano antes, houve ganhos em todas as atividades. A agricultura admitiu 211 mil trabalhadores, e a administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais contratou 292 mil trabalhadores a mais. A construção contratou 815 mil, o comércio absorveu 2 milhões. Alojamento e alimentação abriu 1,3 milhão de vagas, e serviços domésticos ganharam 921 mil trabalhadores.
A indústria contratou 931 mil funcionários, enquanto o setor de informação, comunicação e atividades financeiras absorveu 439 mil. Transporte ganhou 469 mil vagas, e outros serviços admitiram 811 mil pessoas.