O Rio Grande do Sul começou 2022 com saldo positivo na geração de emprego com carteira assinada. O Estado abriu 17.064 vagas no emprego formal em janeiro. Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Previdência na manhã desta quinta-feira (10).
O montante é o resultado entre 118.620 contratações e 101.556 demissões no período. O desempenho positivo ocorre após saldo negativo de 18.644 postos fechados em dezembro, segundo dados atualizados na divulgação desta quinta. O saldo de janeiro é menor do que o registrado no mesmo mês do ano passado: 26.248.
No recorte por setores, a indústria desponta no Estado com o maior saldo, abrindo 7.484 vagas com carteira no período. O segmento é seguido de perto pela agropecuária (+ 6.272) e Serviços (+ 5.341).
O economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), André Nunes de Nunes, afirma que essa criação de vagas ocorre na sequência de um movimento de normalização no setor e de empresários otimistas, apontado em pesquisas da entidade:
— Tem também a questão do mercado internacional aquecido, da taxa de câmbio favorável para exportação. Segmentos que vendem para o Exterior apresentam bons resultados.
Os ramos calçadista e de tabaco estão entre os principais setores com destaque na geração de emprego na indústria em janeiro no Estado. No grupo de calçados, Nunes destaca os bons resultados na exportação. Já no âmbito do setor de fumo, o especialista lembra que esse volume é sazonal diante da época da safra, que aquece as contratações.
Nunes afirma que a indústria também toma a dianteira em janeiro diante de uma ressaca que costuma atingir os setores de comércio e serviços no início do ano.
Na outra ponta, comércio apresentou o pior resultado, com o fechamento de 2.683 postos — único setor com diferença negativa entre admissões e desligamentos. A retração reflete o desempenho do setor. O volume de vendas no comércio varejista gaúcho caiu 0,2% em janeiro na comparação com o mês imediatamente anterior, segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também nesta quinta-feira.
Saldo positivo de mais de 150 mil no país
O resultado do Estado ocorre na esteira do desempenho do país no indicador. O Brasil abriu 155.178 postos com carteira assinada em janeiro. O número ocorre após 1.777.646 admissões e 1.622.468 desligamentos no mês. Em dezembro, o país fechou 281.792 postos.
No acumulado em 12 meses, de fevereiro de 2021 a janeiro de 2022, foram gerados 2.648.497 novos postos de trabalho. Em entrevista coletiva, o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, destacou o trabalho da equipe técnica da pasta e que os resultado de janeiro ocorrem diante de “uma atividade econômica que seguiu em retomada". O ministro também citou o desempenho dos Estados:
— É importante lembrar que, das 27 unidades federativas, 19 delas apresentaram saldo positivo. Ainda somos impactados no mês de janeiro pelas demissões que tem origem naqueles empregos temporários que o comércio e os serviços praticam no final do segundo semestre.
No país, o setor de serviços foi o destaque do mês, abrindo mais de 100 mil novos postos de trabalho formais. Esse montante foi distribuído, principalmente, nas atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas. Assim como no Rio Grande do Sul, o comércio apresentou resultado negativo, com o fechamento de 60.088 vagas.