A taxa de desocupação no Brasil ficou em 11,6% no trimestre encerrado em novembro, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na manhã desta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em igual período de 2020, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 14,4%. No trimestre até outubro, o índice ficou em 12,1%.
Já o rendimento real habitual foi de R$ 2.444 no trimestre encerrado em novembro passado — o menor da série histórica do IBGE, iniciada em 2012. O resultado representa queda de 11,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Segundo a pesquisa, a população desocupada somou 12,4 milhões de pessoas, o que significa 1,5 milhão a menos do que no trimestre encerrado em agosto.
Já a população ocupada era de 94,9 milhões de pessoas. O número representa avanço de 3,5% (o equivalente a 3,2 milhões de pessoas) frente ao trimestre anterior. Com isso, o nível de ocupação ficou em 55,1% no trimestre móvel até novembro, ante 50,8% um ano antes.
De acordo com a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, a recuperação do emprego pode estar refletindo a sazonalidade do fim de ano:
— Esse resultado acompanha a trajetória de recuperação da ocupação que podemos ver nos últimos trimestres da série histórica da pesquisa. O crescimento também já pode estar refletindo a sazonalidade dos meses do fim de ano, período em que as atividades relacionadas principalmente a comércio e serviços tendem a aumentar as contratações.
A coordenadora também chamou a atenção para o fato de a população na força de trabalho, somando ocupados e desocupados, somou 107,334 milhões de pessoas, contingente próximo do registrado no trimestre móvel terminado em fevereiro de 2020, o último antes da pandemia chegar ao Brasil.
Contratações no trimestre móvel
Comércio, construção civil, alojamento e alimentação e outros serviços foram os destaques entre as atividades econômicas no avanço do contingente de trabalhadores ocupados. No intervalo de um ano, foram 1,7 milhão de vagas a mais no comércio e 719 mil postos de trabalho a mais.
A atividade de alojamento e alimentação, uma das mais atingidas pela pandemia, seguiu a retomada. No período de um ano, são 994 mil ocupados a mais, alta de 24,0%. Em outros serviços, atividade também atingida, foram 580 mil postos a mais em um ano (alta de 13,9%) e de 403 mil em um trimestre (mais 9,3%).
O contingente de trabalhadores na construção civil cresceu em 332 mil e também houve contratações na indústria (439 mil) e informação, comunicação e atividades financeiras (214 mil).
Além disso, 5,61 milhões de pessoas estão ocupadas no trabalho doméstico, formal ou informal. Desse número, 4,24 milhões não têm carteira assinada, seja porque trabalha na informalidade, seja porque recebe por diárias, sem configurar vínculo. Esse grupo também foi destaque na perda de vagas em meio à pandemia, subiu 22,5% em um ano, com 1,029 milhão de trabalhadores a mais.