O movimento no comércio de Porto Alegre para as compras de Natal deste ano superou expectativas de lojistas e registrou aumento significativo na comparação com 2020. Uma das razões apontadas para o bom desempenho é o efeito “amigo secreto”: a retomada de reuniões familiares mais numerosas e com mais trocas de presentes em comparação ao feriado anterior, ainda sob maior impacto da pandemia.
Um levantamento realizado pelo Sindicato dos Lojistas do Comércio da Capital (Sindilojas Porto Alegre) indicou um crescimento de 22% nas vendas em relação ao ano passado. O valor médio das compras ficou em R$ 168 – patamar também considerado positivo pelos empresários.
A pesquisa, realizada até o começo da tarde de sexta-feira (24), apurou que 47% dos comerciantes entrevistados consideravam positivo o balanço dos negócios até aquele momento, enquanto 25% disseram ter percebido alguma queda e 19% classificaram as vendas como semelhantes às do Natal anterior. Outros 9% não souberam responder.
— Foi excepcional. Tivemos a volta dos amigos secretos, de encontros familiares, tudo isso ajudou — avalia o presidente do Sindilojas, Paulo Kruse.
O dirigente estima que o volume financeiro movimentado neste ano deverá se equiparar ao de 2019, antes da pandemia. Porém, como houve aumento da inflação no período, isso indica que ainda se vendeu uma quantidade de itens inferior ao período pré-pandemia, mas com preços mais elevados.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas da Capital (CDL Poa), Írio Piva, avalia que o resultado mais surpreendente foi o grande movimento registrado ao longo da sexta-feira, véspera de Natal. Normalmente, essa data serve apenas para um menor número de compras de última hora, mas recebeu um fluxo de pessoas muito acima do previsto.
— O Natal deste ano surpreendeu. Uma das curiosidades é que o dia 24 foi muito superior ao que vimos em 2020 e até em comparação a 2019, quando ainda não tínhamos a pandemia. Imagino que os encontros familiares voltaram a reunir mais gente, e muitas pessoas não se deram conta de que precisariam comprar mais presentes até a última hora — avalia Piva.
Entre os artigos mais vendidos se destacaram itens de vestuário, como blusas e camisetas, calçados como sandálias, rasteiras e tênis, e ainda produtos de beleza para cabelo ou tratamento facial e maquiagens.
A grande maioria dos pagamentos (84%) ocorreu por meio de parcelamento no cartão de crédito. Apenas 10% compraram no débito, 4% no Pix e 2% com dinheiro.