A Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), que deveria ocorrer a partir de terça-feira em Genebra, na Suíça, foi adiada devido aos riscos da nova cepa do coronavírus, nomeada de Omicron. Não há previsão de quando a reunião deverá ocorrer.
A decisão de suspender a principal cúpula do órgão foi tomada pelo seu conselho geral na noite de sexta-feira (26), após alguns países imporem restrições de viagem que impedem que ministros cheguem ao encontro. O país-sede da reunião também adotou medidas de restrição.
A cúpula é bianual e deveria ter ocorrido em junho de 2020 no Cazaquistão, mas já havia tido a data e a sede alterados por causa da pandemia. A última Conferência Ministerial ocorreu há quatro anos, em Buenos Aires, e esperava-se que, agora, fossem criadas as condições para que a reforma do órgão começasse a avançar.
Na quinta-feira (25), a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, afirmou em entrevista coletiva que o encontro já havia começado informalmente, pois vários ministros já estavam em Genebra.
— As coisas estão andando — comentou.
Okonjo-Iweala também afirmou que esperava que a conferência permitisse à OMC avançar em temas relacionados à própria pandemia, como contratos e doações de vacinas mais transparentes, além de investimentos de fabricantes em produção de imunizantes de forma mais descentralizada geograficamente:
— Seria bom se conseguíssemos um pacote nessas linhas — destacou a diretora.
Ela também falou, porém, que as negociações para suspender os direitos de propriedade intelectual das vacinas contra a covid-19 estavam travadas:
— O caminho formal está parado. Tentamos coisas de maneira informal, mas as conversas também pararam — concluiu.
A quebra das patentes dos imunizantes foi sugerida por Índia e África do Sul na OMC e recebeu o apoio dos Estados Unidos, mas foi rejeitada por países europeus. O Brasil era contra a proposta, mas busca agora um acordo "consensual".