Após o presidente Jair Bolsonaro assinar a medida provisória que prorroga o auxílio emergencial por mais três meses, até outubro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a prometer a ampliação do Bolsa Família ainda este ano. Segundo o ministro da Cidadania, João Roma, o novo programa social do governo será lançado em novembro.
— Estamos prorrogando o auxílio emergencial por mais três meses enquanto acertamos o novo valor do Bolsa Família para o ano que vem — disse Bolsonaro em breve cerimônia em seu gabinete.
A ajuda voltada aos mais vulneráveis durante a pandemia de covid-19 foi prorrogada até outubro, nos mesmos valores de R$ 150 a R$ 375 e com igual alcance em termos de público. O benefício contempla cerca de 39,1 milhões de brasileiros e a última parcela estava prevista para julho.
— Com esses três meses adicionais, serão sete meses de proteção aos brasileiros mais vulneráveis. Isso vai dar essa proteção enquanto atingimos a vacinação em massa da população brasileira. O ministro (da Saúde, Marcelo) Queiroga prevê que em mais três meses vem o controle epidemiológico. O auxílio emergencial vai até lá, e aí então aterrissamos no Bolsa Família — afirmou Guedes.
Segundo ele, Bolsonaro determinou que o Bolsa Família precisa ter um valor substancial "para proteger justamente a população mais frágil".
— Pagaremos a última parcela do auxílio em outubro, e em novembro traremos o novo programa social do governo, fortalecido e ampliado para que os brasileiros possam avançar cada vez mais na sua qualidade de vida — completou Roma, cuja pasta é a responsável pelos pagamentos do auxílio emergencial e do Bolsa Família.
Também presente na cerimônia, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou que uma das principais demandas do parlamento brasileiro é a assistência às pessoas mais vulneráveis do Brasil:
— A demanda da prorrogação do auxílio emergencial, hoje atendida pelo Executivo, é motivo de satisfação para o Congresso Nacional. O combate à fome, à miséria e à desigualdade se faz com política pública. Neste momento, precisamos mais do que nunca de diálogo permanente, pacificação e busca de identificação de consensos e respeito a divergências.
A prorrogação do auxílio ainda vai abrir mais espaço no orçamento de 2021 para o lançamento da nova política social permanente, que vai suceder o Bolsa Família. Isso porque as famílias contempladas são "transferidas" para a folha do auxílio durante sua vigência, poupando o orçamento do programa.
Hoje, essa "sobra" do Bolsa Família dentro do teto é de aproximadamente R$ 7 bilhões e deve ficar maior com a extensão da ajuda temporária aos vulneráveis. O dinheiro deve ser usado para turbinar a nova política social. O novo programa terá orçamento maior que os R$ 35 bilhões orçados em 2021.
No dia 15 de junho, Bolsonaro chegou a dizer que o novo Bolsa Família pagará R$ 300 em média para os beneficiários em um anúncio que pegou integrantes do próprio governo de surpresa. Até então, as tratativas das equipes eram para reajustar o valor médio do benefício social dos atuais R$ 190 para R$ 250. Um valor de R$ 300 não caberia no teto de gastos do próximo ano.