O Google foi multado em 220 milhões de euros (US$ 267,7 milhões) como parte de um acordo com reguladores franceses de um dos primeiros casos antitruste em todo o mundo, que alega que a empresa abusou de seu papel de liderança no setor de publicidade digital.
A autoridade de concorrência da França disse nesta segunda-feira (7) que, além de impor a multa, aceitou os compromissos propostos pelo Google para resolver o caso, que incluem promessas de tornar mais fácil para os concorrentes usarem suas ferramentas de publicidade online. Os compromissos serão obrigatórios por três anos.
Como parte do processo, a autoridade de concorrência francesa alegou que o servidor de publicidade da empresa — historicamente conhecido como DoubleClick for Publishers e usado pela maioria dos grandes editores online para colocar espaço publicitário à venda — deu à casa de leilões de anúncios online do Google, AdX, um vantagem em leilões de publicidade, em parte por fornecer informações sobre lances rivais.
— Essas práticas foram particularmente sérias devido ao seu poderoso impacto sobre os intermediários de publicidade online — disse Isabelle de Silva, chefe da autoridade de concorrência francesa, em uma entrevista coletiva na segunda-feira.
O regulador informou que o Google assumiu cinco compromissos gerais como parte do acordo. Eles incluem não permitir que o AdX use lances dos concorrentes para otimizar seus próprios lances e dar aos servidores de anúncios rivais acesso igual aos dados sobre leilões de publicidade, disse o regulador. Um observador independente será responsável por monitorar a conformidade do Google e apresentará um relatório aos reguladores franceses.
O acordo é parte de uma onda mais ampla de fiscalização antitruste contra grandes empresas de tecnologia dos dois lados do Atlântico. Na semana passada, a União Europeia e o Reino Unido anunciaram abertura investigações antitruste formais no recurso de anúncios classificados do Facebook, apelidado de Marketplace. A UE também entrou com ações antitruste contra a Apple e Amazon.com. As empresas negam irregularidades e contestam as acusações.