O presidente do conselho de administração do Banco do Brasil, Hélio Magalhães, e o conselheiro independente José Guimarães Monforte renunciaram aos seus cargos. A informação foi confirmada pela instituição nesta quinta-feira (1º). Esse movimento começou no mês passado após renúncia do então presidente do banco, André Brandão., segundo o jornal O Estado de S. Paulo. A saída de Brandão teria ocorrido em razão do crescimento da interferência do governo Jair Bolsonaro nas estatais e, em especial, no BB.
Em sua carta de renúncia, Magalhães afirma que deixa o cargo diante do “descaso com que o acionista majoritário vem tratando não apenas esta prestigiada instituição, mas também outras importantes estatais de capital aberto e seus principais administradores".
O executivo cita tentativas de desrespeito à governança corporativa, que só não ganharam mais corpo em razão da atuação do conselho e pela "higidez dos mecanismos de governança da companhia".
Interferências externas na execução do plano de eficiência da companhia, já aprovado pelo conselho, estão entre os exemplos citados pelo dirigente na carta de renúncia. Magalhães também critica o processo de escolha do novo presidente do banco, que, segundo ele, “não considera o desejável crivo deste conselho” e foi baseado em “legislação anacrônica e contrária às melhores práticas de governança em nível global".
O novo conselho do Banco do Brasil contará com três novatos da parte do Ministério da Economia: Aramis Sá de Andrade como conselheiro independente, Iêda Aparecida de Moura Cagni, secretária-geral de Administração da Advocacia-Geral da União (AGU), e Walter Eustáquio Ribeiro, que também ocupará vaga de membro independente. O novo presidente do banco será Fausto de Andrade Ribeiro.