O presidente do conselho de administração da Eletrobras, Ruy Schneider, criticou a repercussão que o anúncio da saída de Wilson Ferreira Júnior da presidência da estatal causou no mercado. Para analistas, a demissão está vinculada a resistências no governo para que a companhia elétrica seja privatizada. O desafio de vender a empresa foi o que motivou Ferreira Júnior a aceitar o cargo.
Em teleconferência com analistas, Schneider chamou de "conclusões precipitadas" afirmações feitas neste sentido desde que foi divulgado fato relevante na noite de ontem informando sobre a saída do executivo, que assumirá a presidência da BR Distribuidora, no lugar de Rafael Grisolia.
O presidente do conselho de administração da Eletrobras ressaltou que o colegiado, do qual Ferreira Júnior fará parte, "aprovou o plano de desenvolvimento de negócios e está comprometido com a sua implementação". Apesar de não ter falado explicitamente da intenção de dar continuidade à privatização, essa afirmação pode ser compreendida como uma indicação que o processo de venda será mantido.
"Há continuidade em curso que se reflete na adesão ao plano de desenvolvimento de negócios. Temos o compromisso de tornar a empresa mais forte e competitiva ", disse Schneider, acrescentando que "potenciais substitutos de Ferreira Júnior estão sendo analisados, num processo que envolverá uma empresa especializada".
Reunião
O ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, tem uma reunião na tarde desta segunda-feira, com um grupo de ministros, entre eles Paulo Guedes (Economia) e Bento Albuquerque (Minas e Energia). A reunião estava marcada para as 15h no Palácio do Planalto e ocorre após a saída do presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, do cargo. Também participam da reunião os ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente) e José Levi Mello do Amaral Júnior (Advocacia-Geral da União). A pauta da conversa não foi divulgada. Às 16h, Braga Netto tem uma reunião separada com o presidente Jair Bolsonaro, também no Planalto, de acordo com a agenda oficial.