Integrantes da Federação dos Caminhoneiros Autônomos (Fecam) do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina irão se reunir no próximo dia 25 para avaliar se irão apoiar ou não a mobilização de parte da categoria que defende nova paralisação a partir de fevereiro.
A mobilização ganhou fôlego quando o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) convocou o setor para entrar em greve em 1º de fevereiro.
Em reunião online na noite de quarta-feira (13), com cerca de 50 lideranças, caminhoneiros do país discutiram sobre a possibilidade, colocando na mesa pautas que envolvem desde manifestações contra o projeto BR do Mar (que incentiva a navegação pela costa brasileira) ao piso mínimo do frete e reclamações contra a política de preços de combustíveis.
Caminhoneiros autônomos espalhados pelo país planejam nova assembleia, sem data definida, para tentar angariar apoio e definir as pautas de uma possível greve nacional. A adesão ainda é incerta.
Presidente da Fecam do RS e SC, André Costa afirma que é difícil indicar uma tendência do que a reunião irá decidir. Há pontos de vista variados sobre a possibilidade de uma paralisação, abrangendo a opinião de transportadores autônomos e de pequenos e médios empresários, e "todos são ouvidos nesse processo", afirma. O encontro será virtual e reunirá os presidentes dos nove sindicatos de caminhoneiros que integram a entidade atualmente.
— Sabemos que há posições favoráveis e contrárias, e nesse dia iremos definir juntos a posição da federação. É uma momento muito complexo, um ano de muitas dificuldades. Para muitos trabalhadores, esse não é o momento de parar as atividades. Mas há os que defendem que é preciso brigar pelo preço do diesel, lutar pelas variadas pautas que competem à categoria — afirma.
Transportador autônomo de Ijuí, Carlos Alberto Litti Dahmer afirma que irá aderir à paralisação. Para ele, a pauta do CNTRC é "muito justa" e reflete "tudo o que não acontece nestes anos de governo Bolsonaro".
— O diesel, por exemplo, está mais caro do que em 2018, quando paralisamos. O piso mínimo de frete não foi julgado, não funciona. Vemos várias manobras do governo federal que faz com que cada vez funcione menos o nosso setor. É uma política de discurso apenas, não de ações voltadas à categoria — analisa.