Em reunião virtual da cúpula do Mercosul, o presidente da República, Jair Bolsonaro, destacou que benefícios e ganhos econômicos gerados incentivam "uma integração regional cada vez maior" do bloco. Ele citou, contudo, "entraves pontuais" e pediu que países membros deixem de lado "discordâncias".
Ao lado dos ministros Paulo Guedes, da Economia, e Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, Bolsonaro também comentou a atuação do bloco durante a pandemia da covid-19.
— No âmbito comercial, não posso deixar de manifestar preocupação com o ressurgimento de entraves pontuais entre os Estados partes. Devemos deixar de lado essas discordâncias que pertencem a um passado já superado. Precisamos trabalhar juntos para não sermos ultrapassados por outros mecanismos que almejam objetivos similares aos nossos — disse.
O presidente destacou que o bloco se manteve ativo durante um ano "atípico" de crise sanitária global e atuou com "flexibilidade e pragmatismo", o que, segundo ele, se repetirá em 2021.
— Ressalto que as diferenças entre os nossos governos na condução da agenda econômica e comercial não levaram a impasses que poderiam colocar em risco o andamento de nossa agenda comum. A busca pelo consenso no Mercosul não significou inércia ou estagnação — observou.
Bolsonaro ressaltou que é preciso "reforçar a natureza democrática" do bloco.
— Estou convicto de que nosso projeto de integração é ancorado não apenas em premissas econômicas, mas sobretudo em princípios e valores democráticos dos quais não se pode abrir mão — afirmou.
De acordo com Bolsonaro, o Mercosul é um aliado nas reformas estruturantes que o governo brasileiro busca promover no país.
Ele ainda destacou parcerias com o Paraguai e Uruguai, em especial para "facilitar a vida de populações fronteiriças".
Bolsonaro também parabenizou o governo do Uruguai pelo trabalho na liderança do bloco em 2020 e fez "votos de êxito" ao presidente Alberto Fernández, da Argentina, que presidirá o bloco a partir do ano que vem.