A Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem) estima um crescimento de 12% no número de vagas no segundo semestre de 2020 no país. No Rio Grande do Sul, o aumento nas contratações temporárias deve acompanhar o percentual nacional. Pelo menos essa é a estimativa do diretor regional da entidade no Estado, André Fraga. A diferença, no entanto, será nos setores que puxarão a criação de vagas:
— No Brasil, a pesquisa apontou a indústria como carro-chefe das contratações. Mas aqui no Estado, será o comércio e os serviços — observa.
De acordo com Fraga, o perfil dos gaúchos é diferente dos empresários de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Lá, eles já têm a cultura do trabalho temporário na indústria.
— Muitas vezes por desconhecimento. No trabalho temporário, existe a possibilidade de contratar por um dia ou nove meses, consecutivos ou não. Além disso, não tem aviso prévio e multa sobre o FGTS — detalha.
Para o diretor, a pandemia do coronavírus pode se transformar numa oportunidade para que as indústrias gaúchas comecem a adotar essa alternativa de mão de obra.
— Ainda mais na hora do reaquecimento da economia, quando será necessário retomar a força de trabalho — considera.
Entre os ramos dos setores de comércio e serviços que devem despontar como geradores de vagas estão farmácias, supermercados, financeiras, call centers e saúde.
Conforme dados da Asserttem, de julho a dezembro, poderão ser geradas mais de 900 mil vagas temporárias, frente às 800 mil de 2019. A modalidade foi regulamentada há 10 meses, pelo decreto 10.060/2019, e é diferente do regime CLT e da terceirização.
— Entre janeiro e junho deste ano, tivemos mais de 1 milhão de contratações temporárias. Somadas ao bom desempenho que esperamos para o segundo semestre, devemos alcançar a marca de 1,9 milhão de trabalhadores temporários contratados neste ano, um aumento de cerca de 28% em relação a 2019 — destaca o presidente da entidade, Marcos de Abreu.