Os Correios afirmaram, nesta terça-feira (18), que a empresa conta com um plano de continuidade de negócios para seguir atendendo a população mesmo em meio à greve dos servidores. Em nota, a estatal garantiu que está conseguindo responder à demanda “em um momento em que pessoas e empresas mais contam com seus serviços”.
Na noite de segunda-feira (17), o Sindicado dos Trabalhadores dos Correios do Rio Grande do Sul decidiu aderir à paralisação nacional da categoria. A greve ocorre em protesto contra a retirada de direitos, a privatização da empresa e a ausência de medidas para proteger os empregados durante a pandemia do coronavírus, de acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect).
No final da manhã desta terça, um grupo de funcionários fez um protesto e uma caminhada pela área central de Porto Alegre. O ato começou na Rua Siqueira Campos e passou por locais como o Largo Glênio Peres e a Rua dos Andradas, com faixas, cartazes e um carro de som.
Segundo o secretário-geral do sindicato gaúcho, Alexandre dos Santos Nunes, o ato só não foi maior para evitar aglomeração, especialmente de funcionários em grupos de risco.
— Se estamos na rua para entregar encomenda, vamos fazer protesto também. O primeiro ponto é a forma irresponsável pelo qual os Correios tratam os funcionários durante a pandemia. A empresa se nega a fazer testagem. Além disso, a empresa está faturando mais do que nunca, mas retirando benefícios. Eles querem tirar nossos direitos para privatizar — reclama.
Ao longo desta tarde, novas atividades devem ser realizadas pelos grevistas. Segundo Nunes, o movimento é uma resposta à decisão da empresa em retirar 70 cláusulas do acordo coletivo. Em nota, os Correios afirmam que, desde o início das negociações com as entidades sindicais, “a empresa deixou claro a preocupação com a saúde financeira dos negócios e a necessidade de reduzir benefícios que não compactuam com a prática do mercado”.
A greve é por tempo indeterminado. O sindicato gaúcho não informou se já houve transtornos nas entregas de encomendas e correspondências. Os Correios também não se manifestaram sobre os efeitos do primeiro dia da greve nacional.