O Rio Grande do Sul registrou queda de 28,5% na arrecadação de ICMS no mês de maio, na comparação com o mesmo período de 2019. Isso representa redução de R$ 825 milhões. Os dados estão na 11ª edição do Boletim Semanal sobre os impactos da pandemia do coronavírus, divulgado nesta quarta-feira (10), pela Receita Estadual.
Na sua maioria, os valores se referem às comercializações de abril, período de maior intensidade das medidas restritivas. Com o resultado de maio, a arrecadação acumulada do imposto no ano chega a R$ 13,95 bilhões – queda de 6,4% frente a 2019.
Mesmo com a redução, a Receita Estadual destaca que os indicadores demonstram uma tendência de retomada das atividades “que deve amenizar de forma gradual as perdas de arrecadação nos próximos meses”, afirma o documento.
Para o governo gaúcho, os números refletem os impactos da pandemia, visto que, no primeiro trimestre, o desempenho foi positivo, com crescimento de 3,5% em números reais. Em abril, por sua vez, já houve queda de 14,8%, cerca de R$ 450 milhões, nos valores, movimento que foi acentuado em maio.
Apenas quatro segmentos registraram variação positiva no acumulado do ano: Agronegócio (+10,8%), Supermercados (+8,9%), Energia Elétrica (+2,4%) e Produtos Médicos e Cosméticos (1,5%). Os outros 10 setores apresentam queda em 2020, sendo os mais afetados o de Calçados e Vestuário (-34,1%) e o Metalmecânico (-25,9%).
– Esses números refletem as movimentações econômicas dos segmentos e são corroborados pelos demais indicadores acompanhados. Na arrecadação de maio, o cenário foi ainda pior que no acumulado, pois apenas Supermercados e Transportes tiveram variação positiva – observa o subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira.
Retomada das atividades
Se por um lado os números da arrecadação apresentam quedas bruscas, por outro, os principais indicadores econômicos-fiscais acompanhados no Boletim da Receita Estadual apontam retomada gradual das atividades. Na última semana (30 de maio a 5 de junho), a emissão de Notas Eletrônicas voltou a registrar crescimento (+5%) frente ao período equivalente do ano anterior, o que não ocorria desde março. No acumulado do período de análise (16 de março a 5 de junho), a redução é de 10%, ou seja, cerca de R$ 200 milhões deixaram de ser movimentados, em operações registradas nas notas eletrônicas, a cada dia.