A fila de quem aguarda benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) há mais de 45 dias no Rio Grande do Sul conta, atualmente, com 91,6 mil pessoas. Do total, 44,4 mil casos ainda dependem de análise. Os 47,1 mil restantes já foram avaliados e dependem do envio de documentação por parte do segurado para que o processo tenha prosseguimento.
Apesar de encaminhar as informações gerais, o INSS afirma não ser possível disponibilizar “os dados por espécie de benefício” no momento. Nos números divulgados, estão requisições de aposentadoria, benefício de prestação continuada (BPC, pago a idosos e pessoas com deficiência carentes) e auxílio-doença.
Os pedidos são considerados atrasados quando completam 45 dias. A partir desse prazo, o governo é obrigado a aplicar correção pela inflação nos valores que ainda serão pagos.
A expectativa do instituto é zerar os atrasos até outubro. Para isso, a força-tarefa criada ainda em 2019 com servidores aposentados e militares da reserva deverá ser estendida até dezembro de 2021, quando o atraso nas requisições de outros serviços deverá entrar na mira, como revisões de valores, atualização de dados e análise de 2,5 milhões de pagamentos com suspeitas de irregularidades.
País
No início do 2020, o país contabilizava 1,4 milhão de pedidos de benefícios na fila. Neste mês, o número caiu para 1 milhão e, de acordo com o governo federal, em 80% dos casos a análise já foi realizada pelo INSS, que aguarda o envio de documentos pelo requisitante.
De novembro do ano passado a maio de 2020, o instituto recebeu 4,3 milhões de requerimentos e respondeu a 5,2 milhões, o que reduziu o tempo de espera.
De acordo com o presidente do órgão, Leonardo Rolim, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o trabalho de avaliação foi acelerado durante a pandemia, já que servidores que atuavam nas agências acabaram se dedicando exclusivamente às análises ao trabalhar de casa.
Apesar da redução dos prazos, Rolim defende as contratações temporárias do INSS, inclusive de militares reservistas. De acordo com ele, o objetivo é liberar mais servidores de carreira para que atuem fora das agências e serviços de atendimento direto à população, agilizando outros serviços oferecidos pelo órgão.
Futuramente, a intenção é ampliar a digitalização dos serviços, possibilitando requisições de aposentadoria de forma eletrônica, com a conferência de documentos realizada pelo sistema e liberação automática, quando os critérios forem obedecidos. Posteriormente, a mesma rotina deverá ser aplicada para o BPC. Ainda não há prazo para a automatização das ações.