O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Aquiles Dal Molin Júnior, garantiu nesta segunda-feira (4) que a maioria das obras foi retomada em Porto Alegre. O setor foi liberado para voltar a operar em 24 de abril por decreto do prefeito Nelson Marchezan, com restrições, após paralisação em razão da pandemia de coronavírus.
Os trabalhadores da construção civil podem exercer suas funções entre 9h e 16h. A troca diária de uniformes é obrigatória, assim como a redução da circulação de pessoas nos vestiários e refeitórios de canteiros de obras, ambiente que também deverá limitar a utilização de elevadores fechados a uma pessoa por vez, além do operador. O decreto estabelece, ainda, a obrigatoriedade do monitoramento da temperatura corporal e de sintomas gripais dos trabalhadores e do fornecimento de máscaras de proteção facial para seu deslocamento no transporte coletivo.
— As obras foram retomadas, mas de uma forma mais lenta, em razão da carga horária reduzida (dos trabalhadores). Carga das 9h às 16h ocasiona uma menor produtividade no trabalho da construção. Prejudica a produtividade — afirma Dal Molin, ao garantir que as construtoras estão conseguindo cumprir as exigências sanitárias.
Segundo o presidente do Sinduscon-RS, houve poucas demissões no setor durante a pandemia por causa dos programas do governo federal de manutenção de empregos e pela expectativa de retomada das vendas. Conforme o secretário de Enfrentamento do Coronavírus da Capital, Bruno Miragem, ainda não é possível avaliar se a retomada das atividades da construção civil provocou aumento de contaminados na cidade.
— A princípio não tivemos uma curva ascendente em razão das quase 30 mil pessoas que votaram ao trabalho (na construção civil). Só vamos saber realmente a repercussão após 15 ou 20 dias — explica Miragem, ao falar sobre o tempo em que o vírus se manifesta.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Porto Alegre, Gelson Santana, a retomada está sendo lenta e segura.
— Temos que pensar na economia, mas também na saúde das pessoas. A retomada está sendo lenta para que a gente possa ter pico (da atividade) mais lá na frente, com mais tranquilidade. O trabalhador está preocupado com a saúde. O cuidado com a higiene precisa ser redobrado — destaca Santana, ao confirmar as poucas demissões no setor.