O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira (21) que as pessoas são obrigadas a degradar o meio ambiente quando estão na pobreza. A fala do ministro ocorreu durante painel do Fórum Econômico Mundial, que tratava sobre o futuro da indústria e do trabalho, em Davos, na Suíça.
— As pessoas destroem o meio ambiente porque precisam comer — disse.
O ministro também falou que a produção de alimentos ainda depende de agrotóxicos.
— Você não tem um meio ambiente limpo porque as soluções não são simples. São complexas.
O foco do painel era a discussão sobre manufatura e, por isso, não houve espaço para aprofundar o tema. Guedes também não falou sobre o trabalho do agronegócio brasileiro para elevar a produtividade e não ocupar áreas de matas, uma grande preocupação de ambientalistas em relação ao Brasil.
Neste ano, a temática ambiental é foco no fórum de Davos. Diversas das sessões do encontro são dedicadas a negócios mais verdes e à participação das empresas para que se cumpra o que está no Acordo de Paris sobre o Clima — a manutenção do aquecimento do planeta em, no máximo 1,5°C neste século.
A jovem ativista Greta Thunberg é o símbolo do evento nesta edição, que marca os 50 anos do evento nos Alpes Suíços.
Projeção de crescimento no PIB
A economia brasileira deve crescer 2,5% em 2020, disse nesta terça-feira (21) o ministro da Economia, Paulo Guedes. A projeção, afirmada durante painel do Fórum Econômico Mundial, supera em 0,1 ponto percentual a estimativa, de 2,4%, da equipe econômica do governo para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. O Banco Central estima crescimento de 2,2%.
Guedes voltou a usar a metáfora da baleia para explicar a economia do Brasil. A baleia estaria sendo atacada por diversos com arpões, que seriam a inflação alta, juros altos, burocratização e dívida pública. Segundo ele, o governo de Jair Bolsonaro está tirando os arpões da baleia pouco a pouco, o que permitiria o PIB do país a crescer 1% no primeiro ano de governo, 2% no segundo, 3% no terceiro e 4% no quarto.
— Já estamos melhores, crescemos 1,2% em 2019 e devemos crescer 2,5% neste ano — disse no painel "Perspectiva Estratégica: América Latina".
A projeção de Guedes para 2019 também supera a divulgada pelo Ministério da Economia, de 1,12% em 2019. Ele afirmou que a reforma da Previdência foi o primeiro passo em direção a diminuição da dívida pública, o que deve alavancar o PIB. Guedes destacou ainda os protestos a favor das mudanças na aposentadoria.
— Países como a França não têm força política para fazer a reforma, mas o povo brasileiro foi às ruas em nome de seus filhos. (Com a reforma) Eliminamos os privilégios dos funcionários públicos — disse no painel sobre América Latina.
O ministro também defendeu a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Emergência Fiscal como uma versão brasileira do shutdown americano — interrupção da prestação de serviços públicos — , só que, ao invés de não receber, o funcionário público não tem aumento.
— Num país que cresce 2%, 3%, 2,5% este ano, e tem inflação de 4%, as receitas crescem 7%, quase 8%. Em dois anos, é um pouco menos de 20% em receitas crescendo. Então se você congela a conta de salários por um ano e meio, ou dois anos, desaparece (o problema). A situação está controlada — disse.